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Bruno Wendel
Publicado em 18 de março de 2024 às 05:00
A violência não dá trégua no Lobato. Lá, em 59 dias, pelo menos cinco pessoas já foram assassinadas. Na sexta (15), traficantes invadiram casas e executaram dois rapazes na Rua Voluntários da Pátria, região de domínio do BDM, mas disputada pelo CV, apontado como autor do ataque. No dia 3 deste mês, uma mulher foi morta a tiros na Rua Algaroba do Jones. Já em 30 de janeiro, um jovem, de Boa Vista de São Caetano, teve a cabeça esmagada. E no dia 17 do mesmo mês, um homem teve o corpo crivado de balas. Para além do banho de sangue, a guerra entre os faccionados leva o pânico a quem vive na linha de tiro. Sem a presença efetiva da polícia, algumas casas estão à venda, mas não acham compradores. Sem saída, boa parte dos moradores já abandonou os imóveis, deixando para atrás os sonhos e a esperança de dias melhores. >
Além dos fuzis, metralhadoras e granadas, as facções têm também a valentia como uma arma contra a polícia. E exemplos não faltam em 2024. Na quarta (13), militares trocaram tiros com 10 traficantes do CV, que fariam um "arrastão" a 200 metros da 23ª CIPM, em Narandiba. À noite, no mesmo local, idosos foram mantidos em cárcere privado por criminosos, após outro confronto com PMs. Em 23 janeiro, um rapaz foi morto a tiros atrás da 41ª (CIPM), na Federação. A 2 km da mesma unidade, um integrante do CV assaltou um posto de combustível nos dias 02,03 e 04 de fevereiro, e no dia 29, um homem foi assassinado a menos de 200 m da 11ª DP (Tancredo Neves). E quem vai ao Centro, teme os assaltos e furtos no entorno da Praça da Piedade, onde está o prédio-sede da Polícia Civil. Se lá, sob os olhos da PC, o bicho pega, o que esperar do restante da cidade? >
Moradores envolta da Praça do Campo Grande denunciam os furtos constantes de cobre por usuários de drogas, que arcaram os fios de instalações públicas e privadas e, ali mesmo, fazem fogueiras para a retirar o metal. Ainda de acordo com eles, o ritual é feito independentemente da circulação de policiais militares. Diante de toda a situação, alguns moradores chegaram a reclamar com os criminsosos, mas foram ameaçados. >