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Bruno Wendel
Publicado em 5 de fevereiro de 2024 às 05:00
Só quem vive em áreas dominadas pelo tráfico sabe o que é andar “pisando em ovos”. Um passo julgado como errado pode ser fatal. No último dia 28, o líder comunitário Claudenilson de Oliveira Santos, de 56 anos, foi assassinado no Loteamento Vila Mar, na Estrada Velha do Aeroporto. Apesar de a Polícia Civil informar que ainda não tem autoria e a motivação, moradores disseram que o crime foi ação do Bonde do Maluco (BDM), que acusou a liderança de “X-9”, expressão usada por bandidos para definir e julgar à morte pessoas que passam informações à polícia. A vítima foi atingida com tiros de metralhadora dentro da própria casa, na rua da Baveima. E para completar o cenário de terror, a facção filmou a execução e publicou nas redes sociais, não só como demonstração de poder comunidade, mas também um ato para intimidar os inimigos.
Por essa a cúpula não esperava: uma nota falsa sobre a atuação da Polícia Militar no Carnaval. Com o brasão da corporação, a fake news diz que a PM “garantirá um Carnaval livre de preconceitos e distinções: apanharão todas, todos e todes”. Em nota, a instituição diz que as informações e medidas institucionais adotadas são publicizadas no site institucional (www.pm.ba.gov.br) e redes sociais (@pmdabahia). E quem se acha intocável, cuidado! Existem instrumentos legais para acionar produtores e divulgadores de fake news nas justiças civil e criminal.
Uma das evidências expressivas do poder que uma facção exerce numa comunidade é uso de barreiras físicas para impedir o acesso das forças de segurança. Na quarta-feira (21), a Polícia Militar foi acionada para a comunidade da Portelinha, no Tororó, onde moradores denunciaram a existência de um muro – a região é controlada pelo BDM. Quando os policiais chegaram, os responsáveis pela construção já tinham fugido. No entanto, os PMs conseguiram derrubar a construção a marretadas.