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Bruno Wendel
Publicado em 29 de abril de 2024 às 05:00
Qual a relação do Canela com o Largo Dois de Julho, Saúde, Barbalho e a Baixa dos Sapateiros? O bairro de classe média viu o crescimento de usuários de crack nos últimos dez anos, principalmente no Vale do Canela, situação já conhecida no Centro de Salvador.
Isso aumentou a insegurança na localidade, ao ponto de casas e apartamentos serem invadidos pelos dependentes químicos armados com peixeiras, usadas também nos assaltos nas ruas.
Outro problema é o furto de cobre, metal trocado pela droga. O alvo deles são os fios na rede elétrica, deixando a região sem luz e internet. Além da fumaça tóxica, a queima do material gera incêndios, que podem atingir as residências. A situação está tão caótica, que tem gente querendo vender os apartamentos, mas não acha quem compre.
A coluna pediu um posicionamento à Polícia Militar. Enquanto a reposta não chega, a população segue relegada na nova "Cracolândia".
Acionada para o bairro do Nordeste de Amaralina, uma equipe do rabecão levou um susto na hora de remover o corpo de uma idosa, numa casa ao lado de um supermercado. Quando chegaram, os funcionários responsáveis pelo transporte da concha deram de cara com a mulher viva, sendo atendida pelo Samu. Milagre? Não! Descaso.
A explicação é a seguinte: os parentes acreditavam que a idosa passou mal e não resistiu e, então, acionaram o serviço 190 (polícia). Por sua vez, a Polícia Civil "deu mole": um delegado da 28ª DP ordenou que agentes fossem à residência confirmar o óbito, para, em seguida, acionarem o Departamento de Polícia Técnica para a remoção, se fosse o caso, se .... porque os policiais apenas ligaram para o DPT. "Eu não mandei vocês irem lá? Querem me ferrar, p****!", disse a autoridade revoltada - e com toda razão.
O clima ainda é de cautela na localidade de Vila Verde, nas imediações de Mussurunga. Apesar de o policiamento reforçado na região, onde teve intensos confrontos entre o CV e BDM no início do mês, e que resultou no fechamento de escolas e a suspensão do transporte público, os moradores ainda temem um novo embate entre as facções. Segundo eles, os traficantes aguardam apenas a redução do efetivo da polícia para agirem novamente.