Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Bruno Wendel
Publicado em 10 de julho de 2023 às 05:00
Ao que tudo indica, o pedreiro Erick Costa dos Santos foi mais uma vítima do “tribunal do crime” no bairro de Canabrava. O corpo dele foi encontrado em um matagal, onde uma facção tem o hábito de “julgar” seus desafetos – na grande maioria das vezes, a sentença é a morte. O que aconteceu é que Erick não teria envolvimento com a criminalidade, segundo diz inicialmente uma fonte do DHPP. No último dia 2, ele entrou na mata para pegar madeira para fazer um conserto em casa, mas foi julgado e morto. Criados pelo PCC e disseminados no país, os "tribunais do crime" foram criados para definir um sistema de julgamento e punição aplicados a quem prejudique os negócios da facção ou descumpra as regras disciplinares dentro da comunidade controlada. A ausência de políticas públicas estimula a violência. Ou seja, sem emprego e renda, a Bahia é um campo fértil para a expansão do crime organizado. Onde o Estado falta, impera a barbárie.
O “Golpe do Pix” é o novo “sequestro-relâmpago”. Criminosos atentaram para a facilidade da ferramenta eletrônica e muitos “migraram” de outras modalidades, formando grupos especializados. Em Salvador, o dono de uma padaria no bairro de Águas Claras foi sequestrado na quinta. Antes de ter sido liberado, ele foi obrigado a fazer a transferir dinheiro. O caso é apurado pela Coordenação de Sequestro do Draco, segundo a Polícia Civil. Apesar de ser a única unidade especializada em ocorrências do tipo no estado, a coordenação investiga os acontecimentos na capital e região metropolitana. As demais situações ficam a cargo das delegacias das cidades do interior, algumas sem estrutura sequer para atender as demandas do dia a dia.
Não é novidade que tiroteios acontecem dentro de ônibus em Salvador, basta fazer uma busca rápida nos sites de notícias. Geralmente acontecem durante assaltos, em que um passageiro inicia o confronto – e em alguns casos, as balas atingem quem não tem nada a ver com a história. Mas um caso recente chamou a atenção. Na quinta, no Bairro da Paz, o motorista de uma van matou a tiros um homem que, segundo testemunhas, assaltava os passageiros. Ou seja, os disparos foram num espaço muito inferior a de coletivo. O DHHP apura o caso, que nos mostra a gravidade do risco que as pessoas estão expostas diariamente.