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Transfobia do Afoxé Filhos de Gandhy repercute na população LGBTQIA+

Junto com o kit de fantasia para o desfile, associados receberam, hoje (24), a informação de que apenas homens cis poderão desfilar neste ano

  • Foto do(a) author(a) Flavia Azevedo
  • Flavia Azevedo

Publicado em 24 de fevereiro de 2025 às 16:45

Em mais de sete décadas de existência, o afoxé Filhos de Gandhy se manteve firme na missão e princípios dos fundadores
Afoxé Filhos de Gandhy surgiu no final dos anos 1940 Crédito: Marco Aurélio Martins/Arquivo Correio

Em matéria de 2020, aqui mesmo no CORREIO, Jânio de Carvalho, um dos diretores do Filhos de Gandhy, defendeu que a essência dos filhos de Gandhy coíbe qualquer opressão. Nas palavras dele, “O afoxé Filhos de Gandhy tem um público gay muito grande. É um afoxé que não tem preconceito em relação aos homossexuais que desfilam no Carnaval. Não existe esse preconceito. Comigo nunca aconteceu, sou diretor do bloco, conheço vários gays que desfilam e nunca ouvi falar em caso de discriminação”. Pois se isso era a verdade há cinco anos, hoje (24), o público LGBTQIA+ sofreu um baque bem grande.

Acontece que, às vésperas do Carnaval, quem foi retirar o kit de fantasia para o desfile de 2025, recebeu um comunicado inusitado. "De acordo com o artigo 5 do estatuto Social, só poderão ingressar na Associação, pessoa do sexo masculino cisgênero. Por isso, a venda do passaporte está restrita a esse público", diz o documento que cai como uma bomba na numerosa comunidade LGBTQIA+ que sempre esteve presente no bloco.

Diversas denúncias e manifestações contrárias à determinação já tomam as redes sociais, a exemplo do antropólogo Marlon Marcos - homem cis - que desfila no bloco. Em vídeo, ele pede respeito aos homens trans e afirma que "fico assustado quando recebo a notícia (...) que configura um apartheid e coloca o Gandhy em um lugar de atraso". "As identidades de homens trans e pessoas transmasculinas precisam ser legitimadas, compreendidas, valorizadas e respeitadas. Proibir a participação transmasculina no Ghandy se configura não apenas como retrocesso, incoerência, mas principalmente como transfobia”, diz Bruno Santana, especialista em gênero, diversidade e direitos humanos e transativista (Transbatukada e Fórum Trans Bahia).