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Minas Gerais dá o exemplo e pretende extinguir pit bulls

Desde janeiro, lei impede a entrada e procriação desses animais no estado e os que já estão lá só podem ser conduzidos com focinheira, identificação e por pessoas maiores de 18 anos

  • Foto do(a) author(a) Flavia Azevedo
  • Flavia Azevedo

Publicado em 16 de abril de 2025 às 08:00

Doi ataques
Foram dois mortos em três dias Crédito: Shutterstock

Volta e meia o assunto aparece para, em seguida, ser esquecido. Permanecem esses animais circulando sem focinheiras – e, muitas vezes, soltos! – por todo o país. Nos últimos dias, tivemos mais resultados trágicos desse convívio displicente: duas pessoas foram mortas, no Brasil, por cães da raça pit bull. A primeira, uma mulher de 31 anos, morreu depois de um ataque do seu próprio cachorro, na manhã de domingo (13), no município goiano de Cidade Ocidental.

Já na segunda-feira (14), um pit bull atacou e matou um bebê de três meses dentro de uma casa, em São Lourenço da Mata, na Grande Recife. Nas duas situações, pessoas adultas tentaram conter os bichos, sem sucesso. O problema é exatamente esse: ninguém controla um pit bull durante um ataque e, por isso, ele não pode ser um animal de estimação. Porque é perigosíssimo. Porque desconhece o próprio dono. Óbvio, não? Sim e o estado de Minas Gerais começou a resolver esse problema. 

O modelo é o seguinte: uma lei, promulgada pela Mesa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) no dia 17 de janeiro deste ano, proíbe a procriação e a entrada de cães da raça pit bull em Minas Gerais. Pronto, metade da questão resolvida. Os que já existem no território mineiro - assim como cachorros de raças semelhantes - precisam utilizar focinheira e coleira com nome, endereço e telefone do dono.

Percebe que ninguém tá mandando sacrificar os bichos? A lei apenas obriga que esses cachorros sejam castrados e esperamos que morram de velhos, sem abandono, sem crueldade e, de preferência, sem matar ninguém. Mais um detalhe importantíssimo: agora, apenas pessoas com mais de 18 anos podem conduzir pit bulls em via pública. Elementar, sempre achei. O descumprimento da lei pode gerar multa de R$ 553,10. Caso o cão provoque ferimento em alguém, o valor cobrado passa a R$ 5.531. Perfeito, ponderado e civilizadíssimo.

Não vou abrir a discussão sobre “como é criado” nem sobre o quanto podem ser bem mansinhos, se o dono tratar o animal com todo o carinho. Tenho cachorros desde criança, sei que tudo isso é verdade, na maioria dos casos. A questão é que, com eles, nada tem funcionado. Uma vez irritados (por qualquer motivo), animais de outras raças respondem a comandos, mas os pit bulls ignoram solenemente. Sejam eles puros ou mestiços, quando estão com “sangue nos olhos”, desconhecem qualquer pessoa. Tanto que abater o cachorro é, muitas vezes, a solução que as pessoas encontram para interromper os ataques. Inclusive os próprios donos, quando não são eles mesmos que estão presos nas mandíbulas.

A questão envolve violência e frequência. Esses cachorros matam, desfiguram, amputam e comem membros de pessoas. Também atacam outros cachorros, que apenas estão passando na rua. Vemos essas tragédias o tempo inteiro. Um acontecimento tão corriqueiro que “ataque de pit bull” é expressão comum, que leva a infinitos casos, se você buscar no Google. Se é problema na força da mordida, no cérebro ou no criador, pouco importa. A questão é que não vemos tantas desgraças provocadas por labradores ou vira-latas caramelo, por exemplo. Nem por gatos de qualquer raça e outros animais que podem ser mantidos em casa e circular em ambientes públicos.

Minas gerais dá belíssimo exemplo com uma lei que não propõe crueldade contra esses animais e, aos poucos, vai controlar a população da raça naquele território. O poder público tem a obrigação de solucionar problemas coletivos. Cachorros da raça pit bull (puros ou mestiços) se tornaram um problema coletivo. Que o exemplo de Minas Gerais seja seguido.