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Flavia Azevedo
Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 18:20
Cada pessoa bota o preço que quiser no próprio serviço ou produto e não é da minha conta. No máximo, quando a escolha é possível, decido se vou pagar ou não. Dito isso, o fato de Carlinhos Brown cobrar de R$ 400 a MIL reais, nesse domingo (16), em show no Candyall Gueto Square, é problema dele. Porém, podemos analisar a situação. >
Primeiro que não tem meia-entrada, a verdade é essa. O valor mínimo de R$ 400 é anunciado como meia – na pista – mas, na prática, a gente sabe que estudante dificilmente terá esse dinheiro pra pagar num show (sem contar comida, bebida e transporte). Então, essa quantia será paga por quem fingir ser estudante pra escapar dos R$ 800 que é o preço da inteira. Na pista. No camarote, é o tal de R$ 1 mil. >
(Todas as outras opções são mais caras do que R$ 400, inclusive a “meia social” em que a pessoa não precisa se passar por estudante, paga R$ 410 e leva alimento para doação.)>
Isso de botar o preço “inteiro” como se fosse meia é prática comum nas produções desde que a máfia das carteirinhas fugiu de controle. O golpe tá contabilizado e eu até entendo, já que ninguém toma providência. Mas você lembra que a “meia” deles, também na pista, pros ensaios da Timbalada, custa R$ 150? Mais ainda: no show de Bethânia e Caetano a meia foi R$ 160. Pra você ver.>
O show de domingo se chama “Axé 40 Brown” e o dono da casa já confirmou a presença de Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Caetano Veloso que, pelo jeito, não está mais “descansandinho”. Ótimos nomes para celebrar a vida e a Axé Music, no coração do Candeal, entre convidados e turistas endinheirados, capazes de pagar preços totalmente fora da realidade baiana. Sinceramente, não entendi muito direitinho não. >