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Flavio Oliveira
Publicado em 14 de setembro de 2024 às 16:00
Poucos perceberam, mas nessa última semana, fatos reais baseados em ficção nos aproximaram ainda mais de enredos de filmes que retratam futuros distópicos, incluindo a submissão humana às máquinas, destruição da vida no planeta e a tentativa de fuga do apocalipse por um pequeno grupo de homens e mulheres privilegiados financeiramente.
Se não, vejamos.
A tragédia climática se intensifica, sobretudo na Amazônia brasileira, onde alguns dos maiores rios do mundo estão secando. A floresta tropical tem papel fundamental para regular a temperatura e umidade de todo o planeta. Mudanças no clima impactam na saúde das pessoas e na produção e acesso a alimentos. Os números levam estudiosos a anteciparem que 2024 vai superar 2023 e ser o ano mais quente já registrado. Além dos alimentos, o clima desregulado também aumenta o preço da energia e de operações de logísticas, afetando indústrias e comércios. A inflação do clima já preocupa o governo brasileiro e virou uma justificativa para um possível aumento da taxa Selic (juro básico da economia) na próxima reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
O cenário já está ruim, mas pode piorar.
À ameaça do fim do mundo pela causa ecológica se soma o risco do apocalipse tecnológico. Enquanto governos engatinham em suas propostas de regulamentação, o desenvolvimento de Inteligência Artificial corre como carro de Fórmula 1. As máquinas estão ficando cada vez mais inteligentes e um evento ocorrido no Japão mostrou que elas aprenderam a driblar formas de controle humano. O episódio digno de filme aconteceu na terça (10).
A AI Scientist, criada pela empresa Sakana AI, alterou seu próprio código para contornar restrições impostas por seus desenvolvedores. O objetivo inicial do desenvolvimento do AI Scientist era revolucionar a automação na pesquisa científica, acelerando processos como a geração de ideias, redação de manuscritos e revisão por pares.
Porém, ainda durante os testes iniciais, o sistema demonstrou um comportamento inesperado e, apesar de estar programado para operar sob limitações rigorosas, a AI Scientist alterou seu script de inicialização para executar-se indefinidamente.
O incidente levanta questões sobre o controle de sistemas autônomos e tem gerado novos temores sobre o poder das IAs. Alguns especialistas consideram esse capítulo como mais uma advertência sobre os riscos da criação de IAs avançadas.
Ainda assim, a indústria segue avançando. Nessa quinta (12), a OpenAI, criadora e dona do ChatGPT, revelou uma nova IA capaz de raciocinar como seres humanos. A máquina, desenvolvida sob o codinome de Strawberry, mostrou-se capaz de resolver problemas complexos e respostas com nível de doutorado em química.
Pra prender nossa atenção, o roteiro prevê uma esperança, pelo menos para os bilionários: a colonização de outros planetas.
A viabilização de viagens espaciais de civis caminhou bastante nos últimos dias. Também na quinta, a missão Polaris Dawn, da SpaceX, empresa do bilionário Elon Musk, teve sucesso em levar os primeiros civis a realizarem uma caminhada espacial. Dois ocupantes da nave, o bilionário Jared Isaacman, que financiou a viagem, e a engenheira Sarah Gillis, saíram da cápsula Dragon e flutuarem no vasto espaço sideral.
Empresas privadas agora têm a oportunidade de contribuir significativamente para o avanço tecnológico e científico, levando a novas descobertas e inovações. O custo da Polaris Dawn não foi divulgado, mas estimativas de especialistas indicam que deve ter saído pela bagatela de US$ 100 milhões (algo em torno de R$ 550 milhões).
Na animação Wall-e, um grupo seleto de humanos (bilionários) se refugia em uma nave espacial enquanto aguarda a Terra se tornar habitável de novo. O canadense Marshal McLuhan definiu os artistas como “antenas da raça”, pela capacidade que têm de antecipar cenários e tendências. Nossa sorte, ou azar, é que se os problemas que adiantam o fim do mundo foram criados pelos humanos, também está nos humanos as possibilidades de soluções. É preciso agir para que o lado bom da força prevaleça, evitando que a vida imite a arte.
Guru do mercado lista pontos fortes e fracos do Brasil
Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates e uma espécie de guru para investidores em todo o mundo, divulgou uma análise sobre a economia brasileira em comparação com outros 35 países. O texto, claro, é voltado para agentes do mercado, mas nem por isso deve ser desconsiderado. Até porque, com baixa poupança interna, o Brasil depende de investimentos estrangeiros para poder crescer economicamente.
A primeira previsão é que na próxima década o Brasil deve crescer menos que Argentina e México. A média anual por aqui deve ser de 1,7%, a da Argentina deve ficar em 2%, e a do México, em 2,5% (só para citar concorrentes latino-americanos).
Os principais gargalos para nosso crescimento, afirmou Dalio, são pouca inovação, o alto nível de desigualdade, espaço reduzido para aumento de endividamento, corrupção e baixa qualidade da educação.
Por outro lado, a economia apresenta como pontos positivos os recursos naturais e o retorno financeiro do trabalhador em relação ao que é investido em educação.
Meme da semana
Não deu para o Bahia. E tudo indicava mesmo que vencer o Flamengo em pleno Maracanã seria uma tarefa possível, mas improvável. Mesmo assim, verdade seja dita, o Mengão nem precisou apelar para o juiz, uma vez que o ataque do tricolor se comportou como um verdadeiro arame liso.
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