Acesse sua conta

Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Recuperar senha

Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Dados não encontrados!

Você ainda não é nosso assinante!

Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *

ASSINE

Coragem é a palavra que define Gisèle Pelicot, a mulher do ano

Durante 9 anos ela foi dopada pelo marido, que convidava outros homens para estuprá-la, sua história serve de alerta

  • Foto do(a) author(a) Flavio Oliveira
  • Flavio Oliveira

Publicado em 21 de dezembro de 2024 às 13:00

Francesa se expôs perante todo o mundo para alertar as mulheres sobre os riscos da submissão química Crédito: Reprodução

Não é exatamente um final feliz. Mas certamente um sentimento de alívio e a sensação de dever cumprido tomaram conta de Gisèle Pelicot ao ouvir, na quinta (19), a condenação de seu ex-marido, Dominique, a 20 anos de cadeia. Há poucos anos, os dois moravam em Avignon, uma cidade do Sul da França, estavam casados e Gisèle se considerava uma esposa feliz e realizada. Os dois tinham tido filhos e estavam na fase de curtir os netos. A fantasia da família perfeita foi enterrada no dia em que ela foi surpreendida por policiais batendo a sua porta. Os agentes lhe mostraram fotos de uma mesma mulher em estado de letargia, praticamente se comportando como uma boneca inanimada, mas fazendo sexo com diferentes homens. Ela se reconheceu nas fotos, mas não se lembrava de nenhum deles, muito menos de ter permitido relações com aquelas pessoas. A investigação avançou e Dominique confessou que dopava a ex-esposa e convidava outros homens para estuprá-la, que filmava a violência. A Polícia identificou 50 homens diferentes, em estupros cometidos durante 9 anos.

O julgamento de Dominique e dos outros abusadores teve início em 2 de setembro e durou mais de cem dias. Pelas leis de seu país, Gisèle tinha direito ao anonimato. Mas ela abriu mão desse direito. A exposição de sua dor tinha um propósito claro em sua cabeça: alertar mulheres de todo o mundo sobre situações de submissão química praticada contra suas vontades, inclusive por pessoas próximas. Ela também permitiu a exibição dos vídeos, para “que sua história chegasse ao mundo” e para transferir a “vergonha” de volta para os acusados.

Como não poderia deixar de ser, o julgamento de um caso tão assombroso a portas abertas mobilizou a imprensa francesa e mundial. Gisèle, além de prestar depoimento, assistiu, em público, os vídeos e fotos dos estupros feitos pelo ex-marido. Ouviu a confissão dele, agora em juízo e que incluiu declaração de amor a ela. Escutou, também, o depoimento dos outros réus. Muitos deles (a maioria quase absoluta) disseram que não sabiam que estavam cometendo um crime, pois acreditavam ter sido convidados para um jogo erótico do casal Pelicot. Todos os 50 homens foram condenados por estupro e têm uma semana para recorrer.

Após o anúncio da sentença, Gisèle deu uma rápida entrevista coletiva do lado de fora do tribunal. Disse que dar publicidade ao caso foi importante “para que as pessoas pudessem ver o que aconteceu” e agradeceu ao público, aos advogados e a associações de defesa dos direitos das mulheres pelo apoio. “Penso nas vítimas não reconhecidas, cujas histórias muitas vezes permanecem nas sombras. Quero que saibam que temos a mesma luta”, disse, conforme relato publicado pelo jornal O Globo. Afirmou ainda que as manifestações de solidariedade deram a ela a força para comparecer a todos os dias do julgamento e que os filhos ficaram “decepcionados” com as penas, que consideraram “baixas”. Ela, contudo, falou “respeitar” a decisão da Justiça. “Tenho confiança em nossa capacidade coletiva de encontrar um futuro melhor no qual homens e mulheres possam viver harmoniosamente juntos e com respeito mútuo”.

Segundo a imprensa francesa, Dominique ouviu a sentença sem expressar qualquer emoção. Depois, no momento da leitura das condenações dos outros réus, curvou o corpo e chorou. Semanas antes, no interrogatório, ele admitiu ser um “estuprador”. Confessou ter drogado a própria esposa com ansiolíticos entre 2011 e 2020 para fazê-la dormir e submetê-la aos abusos de estranhos recrutados online. Ele pediu desculpas a Gisèle, de quem se divorciou após 50 anos, e à família. Sua advogada, Béatric Zavarro, apelou que o tribunal evitasse o pedido de condenação máxima, de 20 anos de reclusão, e levasse em conta os “traumas” que o cliente sofreu durante a infância, incluindo um estupro aos 9 anos.

O corajoso alerta de Gisèle deve ecoar em todo o planeta e por muito tempo. Inclusive e principalmente no Brasil, onde a violência contra a mulher é cotidiana. Só no ano passado, foram 1,46 mil vítimas de feminicídio no país, 1,4 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres. O número apresenta um crescimento de 1,6% em relação a 2022.

Durante o julgamento, Gisèle pediu que a sociedade “machista e patriarcal” mude sua atitude em relação ao estupro e falou sobre sua indignação por nenhum de seus agressores ter alertado a polícia. Alguns a estupraram até seis vezes.

Hoje, o centro histórico de Avignon, em frente ao tribunal da cidade, há uma faixa estendida. Nela está escrito: “Obrigado, Gisèle”. Que permaneça ali até o fim do machismo.

com agências

Cuidado: piscina!

Na quinta-feira (19), Eliane Maria de Araújo, de 44 anos, morreu afogada na piscina de um condomínio residencial de Ipatinga (MG). Em depressão, ela consumiu bebidas e alcoólicas e disse que queria nadar. Na sexta (20), um menino de seis anos, saudável, se afogou numa piscina da cidade de Rio do Sul, Santa Catarina.

Infelizmente, com a chegada do verão, notícias como estas tendem a crescer, indicando que adultos e crianças também precisam estar alertas às piscinas e não só a rios e praias.

Crianças, mesmo com boias, não devem ficar sozinhas. Adultos que não sabem nadar também. Para os maiores de 18 ainda vale a recomendação de evita tomar banho após o consumo de álcool. Cair com barriga cheia – após refeições, portanto – também é contraindicado. Para adultos e crianças.

Bom checar se o piso da borda está escorregadio para evitar quedas. A brincadeira de ‘briga galo’ se não for evitável, deve ficar longa das bordas.

É fundamente checar o funcionamento do motor e a força dos ralos. Crianças, especialmente meninas com cabelos longos, devem ficar afastadas dos ralos de sucção quando o motor estiver ligado. Pode ser chato, mas é a segurança quem garante a verdadeira diversão.

com agências

meme da semana

null Crédito: Reprodução/Memes do Brasil

Comunicação é que o outro entende e não o que você fala. No eterno diálogo de surdo desses tempos, falta entendimento, em todos os sentidos da palavra, causando mais e mais problemas. Você conhece quantas pessoas bem da cabeça?

Mais lidas de 13 a 19/12

1ª) Salvador poderá ficar inabitável durante 200 dias por ano; entenda. https://bit.ly/4iNPAA7 

2ª) Com vinho a R$ 10, clientes lotam filas do Pão de Açúcar após anúncio de fechamento. https://bit.ly/3BHSXbd 

3ª) Saiba o que pode ocorrer com mergulhador que desapareceu na Ponte Salvador-Itaparica. https://bit.ly/3ZK40Zj 

4ª) Inmet emite alerta de chuvas intensas para 46 cidades baianas; veja a lista. https://bit.ly/4fyactg 

5ª) Leitora voraz, Fernanda Torres elege cinco obras essenciais para se conhecer o Brasil. https://bit.ly/4gNMjz9 

6ª) Vínculo empregatício deve ser reconhecido, diz procurador que fez 350 corridas como Uber. https://bit.ly/405gYCv 

7ª) Se a Globo fizer um remake de Terra Nostra, tem que ser gravada em Jequié. https://bit.ly/41El0mu 

8ª)  ‘Máfia do Detran’: candidatos de mutirão de prova prática denunciam manipulação nos resultados. https://bit.ly/3P85lEE 

9ª) Candidata reprovada em prova prática do Detran diz que teve erro forjado por examinador: 'Revoltante'. https://bit.ly/3VR1Zt8 

10ª) Gilberto Gil fala de aumento de hostilidades: 'Nunca imaginei que iriam me odiar, me xingar'. https://bit.ly/4a50PQZ