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A lama humana invade o Rio Grande do Sul

Estupro em abrigos e saques de doações e casas abandonadas exigem reflexão sobre a humanidade que somos e queremos ser

  • Foto do(a) author(a) Flavio Oliveira
  • Flavio Oliveira

Publicado em 18 de maio de 2024 às 16:00

Rua Riachuelo, no centro histórico de Porto Alegre, foi inundada pelas águas do Guaíba Crédito: GILMAR ALVES/ESTADÃO CONTEÚDO

O filósofo sul-africano David Benatar é um dos principais expoentes do antinatalismo, corrente que defende a autoextinção da humanidade. Para ele, homens e mulheres deveriam parar de procriar. Há uma similar, o movimento pela extinção humana voluntária, criado pelo americano Les U. Knight. A diferença entre os dois é que para Benatar a vida é uma “desgraça” e traz muito sofrimento para os viventes, e para Knight, o desaparecimento da humanidade é a única forma de salvar outras formas de vida que habitam a Terra. É difícil discordar deles quando se vê o mar de lama humana que surgiu no contexto da tragédia climática do Rio Grande do Sul.

Em números atualizados até as 12h de ontem, são 154 mortos, 98 desaparecidos, mais de 540 mil desalojados e de 78 mil morando em abrigos. Uma corrente de solidariedade tomou conta do país. Doações são enviadas de todos os cantos. Bombeiros, policiais, médicos, psicólogos e veterinários se deslocam para as cidades gaúchas para ajudar as vítimas. Tudo isso comove, mas o contraponto choca e leva à pergunta: até onde pode ir a maldade humana?

Há denúncias de estupros nos abrigos. Seis suspeitos foram presos. Há, ainda, casos de roubos do pouco que cada família abrigada conseguiu levar. O governo gaúcho contratou policiais aposentados para reforçar a segurança dos abrigos e articula separar as famílias em alojamentos exclusivos para mulheres e homens. Outro problema relatado nos abrigos é a tensão envolvendo membros de diferentes facções (sempre elas), obrigados a conviverem a centímetros de distância.

As quadrilhas também estão roubando barcos – único veículo capaz de chegar a áreas isoladas pelas enchentes para salvar vidas – para saquear residências abandonadas, hospitais e unidades de saúde, lojas, mercados. A Polícia Federal fez uma operação no entorno do Aeroporto Salgado Filho, sem condição de operar voos, para retirar 3 mil armas que seriam exportadas para os EUA.

Água potável, comida, remédios, material de higiene e roupas doadas também são alvo dos criminosos. A escassez cria um mercado paralelo, com a cobrança de preços exorbitantes. Na guerra, a primeira vítima é sempre a verdade, e a tragédia gaúcha tem servido para a fabricação de fake news para desacreditar instituições (Forças Armadas, governos etc.), desmobilizar voluntários e aumentar o caos. Um casal foi preso em São Paulo por simular contas oficiais e desviar doações por Pix. Ao todo, 112 pessoas foram presas desde o início das enchentes.

O cenário nas cidades mais atingidas é de guerra. Guerra contra a natureza. Algumas fake news tentam desassociar a tragédia da crise ecológica mundial. Mas cientistas de diversas vertentes expões argumentos claros que a intensidade das chuvas está, sim, dentro do contexto do aquecimento global, responsável pela maior intensidade de eventos climáticos em todo o mundo. No Rio Grande do Sul, em particular, a legislação ambiental sofreu severas mudanças nos últimos anos.

A humanidade está em uma encruzilhada. O apocalipse climático existe e pode ser evitado, assim como é possível que a (boa) natureza humana prevaleça. É trabalho para muitas gerações e de muita fé no ser humano.

Combate ao Alzheimer e ao diabetes avança

Chineses desenvolveram tratamento para diabetes Crédito: shutterstock

Nessa semana, duas doenças que afligem milhões de pessoas no mundo ficaram mais perto da cura. Dois estudos indicam caminhos para a descoberta precoce da doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência neurodegenerativa. A doença costuma ser diagnosticada em idosos e em estágios mais avançados, o que dificulta a eficiência de tratamentos. Na China, um grupo de pesquisadores sustenta ter descoberto a cura do diabetes tipo 2.

Os médicos chineses usaram células mononucleares do sangue do próprio paciente e as reprogramaram em células-tronco. Em seguida, a equipe reconstruiu o tecido de pequenos grupos de células especiais no pâncreas (ilhotas pancreáticas, responsáveis por produzir insulina). O experimento resultou na recuperação completa da função das ilhotas pancreáticas. A pesquisa segue com a esperança de que esse tipo de tratamento evite a progressão das complicações diabéticas.

A Universidade de Loughborough, no Reino Unido, apontou que a perda da sensibilidade visual pode ser um indicador precoce da doença de Alzheimer, já que pode começar a ser observada a partir dos 48 anos. Ainda no reino Unido, a University College London descobriu que pacientes com potencial para desenvolver Alzheimer apresentam como primeiro sinal da doença, ainda na faixa dos 40 anos, perda de orientação ao caminhar somada à dificuldade em compreender o espaço.

Outra boa notícia relacionado à doença é que a farmacêutica japonesa Takeda, responsável pela vacina contra a dengue aplicada hoje no Brasil, fechou um acordo de US$ 2,2 bi para apoiar o desenvolvimento de uma vacina fabricada pela startup suíça AC Immune. Atualmente, o produto é testado em pacientes com Alzheimer em estágio inicial. Segundo a Takeda, resultados preliminares indicam que a vacina tem demonstrado eficácia, “com evidências claras de resposta imune contra as formas tóxicas da proteína beta-amiloide (que causam a doença)”.

meme da semana

null Crédito: reprodução/internet

Falar sem pensar dá problema. Depois de uma entrevista em que reclamou do excesso de doações, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, gravou um vídeo para pedir desculpas e explicar que o que queria dizer não foi o entendido pelas pessoas.

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