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Setor de Varejo e Consumo cresce e demanda novos profissionais; saiba quais

Nos últimos anos, os varejistas passaram a investir no digital para se adaptar a um mercado em constante evolução

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  • Nilson Marinho

Publicado em 21 de outubro de 2024 às 05:00

Nos últimos anos, os varejistas passaram a investir no digital para se adaptar a um mercado em constante evolução
Nos últimos anos, os varejistas passaram a investir no digital para se adaptar a um mercado em constante evolução Crédito: Pexels

O setor de Consumo e Varejo fechou 2023 com um crescimento de 4,1%, maior que a média da economia brasileira, de 2,9%. Essa expansão vem sendo observada consecutivamente desde 2016, segundo dados da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). O setor, ainda de acordo com a SBVC, respondeu por mais de 20% do PIB e movimentou R$ 2,2 trilhões.

Analistas afirmam que o setor está passando por uma mudança de paradigmas, consequência das novas tecnologias, dos modelos de negócios e das alterações nos hábitos dos consumidores, além da consolidação do setor.

"É notório que, hoje, uma parte dos consumidores prefere comprar pela internet em comparação há 10 anos atrás. Por isso, é de extrema importância que as empresas levem seus serviços e experiências também para o ambiente online, tornando a linha que separa o físico do digital quase imperceptível”, comenta Carlos Magno, especialista em experiência do cliente e marketing digital. “Temos no Brasil grandes exemplos disso, como o Magazine Luiza, que permite ao consumidor comprar online com a opção de retirar o produto na loja física mais próxima", diz.

Nos últimos anos, os varejistas passaram a investir no digital para se adaptar a um mercado em constante evolução. Um levantamento realizado pela SBVC mostrou que, em média, seis a cada dez (64%) varejistas pretendiam investir mais em transformação digital em 2023.

O varejo está evoluindo cada vez mais para proporcionar uma experiência consistente ao longo da jornada de compra do cliente, utilizando a abordagem omnichannel, que busca alcançar o consumidor em todos os ambientes onde é possível realizar uma venda – das lojas de rua até as redes sociais. Essa estratégia exige a integração de canais online e offline, acompanhando o cliente em todos os pontos da jornada de compra e criando uma experiência consistente em todos os momentos de contato com a marca.

"A principal dificuldade é que essa abordagem demanda novas especializações profissionais, como TI, customer success, user experience, business intelligence (BI) e inteligência artificial, habilidades antes pouco presentes no setor, mas que agora são extremamente requisitadas", opina Leonardo Berto, Branch Manager da Robert Half.

O impacto da digitalização no setor é tão relevante que, entre 2019 e 2023, de acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a maior parte das profissões que mais aumentaram o número de postos de trabalho no comércio varejista está ligada ao e-commerce.

Já a função de vendedor, que responde por cerca de 20% dos empregados formais do comércio, nem sequer aparece na lista das ocupações que mais cresceram em número de vagas nesse mesmo período.

Ainda de acordo com Berto, em busca de aumentar suas margens de lucro, grandes empresas de varejo estão assumindo o controle de mais etapas da cadeia de valor, absorvendo a rentabilidade que antes era destinada a terceiros. A consequência dessa estratégia no mercado de trabalho é que essas empresas precisam recrutar novos perfis profissionais.

"Redes de varejo criam seus próprios cartões de crédito, trazendo para si as tarifas e os juros que antes remuneravam os bancos. Criam marcas próprias dos mais diversos produtos, de sabão em pó a roupas, incorporando a margem que antes era dos fabricantes. Dentro da mesma lógica, criam seus marketplaces, montam estruturas de logística, e assim por diante", completa o Branch Manager.

Carol Ribeiro é publicitária e, recentemente, assumiu o cargo de especialista em e-commerce em uma rede de venda de suplementos com sede em Curitiba, no Paraná. Ela diz que seu time de colegas é formado, em sua maioria, por pessoas que fizeram transição de carreira e decidiram apostar em profissões ligadas ao Marketing Digital e à Tecnologia.

"Para entrar no mercado não é necessário ter uma formação específica. Claro, eu sou publicitária e já tinha meio caminho andado, mas conheço pessoas que eram professoras, enfermeiras e que decidiram fazer cursos de TI, BI, Copywriting, para transicionar na carreira. Eu sempre trabalhei para o varejo, há muitas oportunidades, mas também há muitos profissionais disponíveis, por isso, é preciso estar sempre melhorando o currículo, até porque o digital está em constante mudança", orienta a profissional.

 André Seibel, CEO do Circuito de Compras - Feira da Madrugada (CDC)
André Seibel, CEO do Circuito de Compras - Feira da Madrugada (CDC) Crédito: Divulgação

"O e-commerce é fundamental para garantir visibilidade, segurança e praticidade no varejo, mas muitas lojas do Brás ainda não o adotaram. Muitos lojistas estão em processo de adaptação ao papel de empreendedores, por isso oferecemos cursos em parceria com o Sebrae, abrangendo finanças e estratégias de marketing. Atualmente, o uso ativo das redes sociais e parcerias com influenciadores são comuns para atrair e reter consumidores, possibilitando interações criativas e envolventes que destacam os preços acessíveis. O atendimento humanizado e próximo ao consumidor é um diferencial importante da Feira da Madrugada, fidelizando clientes e fortalecendo vínculos comerciais que vão além de uma simples relação", afirma André Seibel, CEO do Circuito de Compras - Feira da Madrugada (CDC)

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