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Nilson Marinho
Publicado em 6 de janeiro de 2025 às 15:17
O mercado exige para alguns profissionais uma constante atualização, mas muitos deles esbarram em um grande problema: a falta de tempo para uma formação mais aprofundada. Nos últimos anos, a busca por alternativas rápidas e acessíveis para a qualificação profissional encontrou no microlearning uma resposta eficiente. O termo, que traduzido para o português é microaprendizagem, diz respeito à abordagem de aprendizado que utiliza conteúdos curtos, objetivos e focados em facilitar a assimilação e retenção de informações.
A pesquisa Skills Outlook Employee View revelou que os brasileiros consideram os cursos online a melhor forma de se qualificar para o mercado de trabalho. Mais de 80% dos entrevistados apontaram preferência por cursos virtuais de curta duração. O estudo, realizado pela Pearson em parceria com o Google, ouviu 4 mil trabalhadores — sendo mil do Brasil, Índia, Reino Unido e Estados Unidos — entre agosto e setembro do ano passado.
Ainda conforme a pesquisa, 34% dos brasileiros preferem investir em uma formação acadêmica ou em treinamentos extensos para desenvolver novas habilidades, mas outros 22% destacaram os sites e aplicativos online como suas principais opções para capacitação.
De acordo com Renata Borges, especialista em Educação Digital, essa metodologia é ideal para o contexto atual, em que as pessoas têm rotinas atribuladas e pouco tempo para dedicar a estudos prolongados.
"As pessoas não querem mais esperar meses ou anos para adquirir uma habilidade que pode ser útil agora. O microlearning é a resposta para um público que valoriza a agilidade e a aplicabilidade imediata do conhecimento", explica.
A especialista diz ainda que essa modalidade é particularmente eficaz em áreas como tecnologia, marketing, gestão e idiomas, onde as mudanças ocorrem de forma acelerada.
"Quem não se atualiza perde espaço. O microlearning permite que os profissionais mantenham seu repertório atualizado, acompanhando as transformações do mercado", reforça Renata.
A analista de geomarketing, Kessia Costa, de 25 anos, fez o primeiro curso em 2020 ainda durante a pandemia. Naquela ocasião, a plataforma escolhida oferecia o curso de curta duração sobre Python. Ela precisou estudar entre os intervalos da graduação em geografia pela Universidade de São Paulo (USP) e o estágio em uma startup.
"Os demais cursos fiz por conta de uma demanda do meu estágio que precisava ter noções de banco de dados. Isso foi em 2020, de lá pra cá, todos os cursos ajudaram nos outros trabalhos que consegui após minha formação. Por eu ter noção de programação e banco de dados, meu currículo ficou mais visado. Em algumas entrevistas já me perguntaram sobre os cursos também e, volta e meia, preciso resgatar alguma coisa que aprendi nos cursos para aprimorar alguma coisa que estou fazendo no trabalho atual", conta.
A analista de marketing digital Gabriela Santos, de 28 anos, percebeu que as estratégias de redes sociais mudavam tão rapidamente que cursos tradicionais já não atendiam às suas necessidades. "Encontrei uma plataforma que oferecia módulos de dez minutos sobre tendências específicas. Em poucas semanas, já estava aplicando o que aprendi e obtendo resultados expressivos no trabalho", conta a profissional.
Startups como Alura, Coursera e Udemy oferecem cursos que vão desde habilidades básicas até temas altamente especializados. Recentemente, a plataforma Domestika lançou uma série de microcursos voltados para profissionais criativos, enquanto o LinkedIn Learning expandiu seu catálogo com opções rápidas em áreas como soft skills e tecnologia.
Empresas também estão utilizando o microlearning para requalificar seus colaboradores. Segundo dados da consultoria Deloitte, 70% das companhias brasileiras consideram essa modalidade uma ferramenta estratégica para melhorar o desempenho de suas equipes.
“Uma das vantagens do microlearning é sua capacidade de atender diferentes perfis. Desde um colaborador que precisa de treinamento técnico até líderes que buscam desenvolver habilidades de comunicação, todos se beneficiam desse formato ágil”, explica Renata.
Google Ateliê Digital
Fundação Bradesco
Coursera
Educação Aberta SESI/SENAI
Alura Start
LinkedIn Learning
Sebrae EAD
Learncafe
Domestika
IEL Cursos Online
UNIVESP TV
Nube
Microsoft Learn
FGV Online