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Baiano lança curso de IA voltado para o Direito

Advogado uniu a paixão pelo universo legal e por tecnologia para empreender

  • Foto do(a) author(a) Nilson Marinho
  • Nilson Marinho

Publicado em 23 de dezembro de 2024 às 08:37

Bruno Sant’Ana Crédito: Divulgação

O advogado Bruno Sant’Ana cresceu entre monitores e processadores já que, na década de 1980, sua família vendia computadores corporativos. Sua conexão com a tecnologia, portanto, precedeu o Direito. Seria inevitável que, lá na frente, quisesse unir as duas paixões Quando se formou advogado em 2001, Sant’Ana percebeu que o Direito, com suas pilhas de processos e linguagem ritualística, parecia um monólito impermeável à modernidade. Mas o profissional sabia que por trás dessa aparência havia oportunidades para que a tecnologia não só entrasse, mas revolucionasse. Foi assim que, em 2004, ele implementou no escritório da família um sistema em nuvem que conectava informações de duas sedes e centralizava processos.

“Quando eu me formei, já tinha em mente a ideia de aplicar a tecnologia para aprimorar o escritório familiar. Trabalhamos para modernizar a operação, organizando demandas repetitivas e otimizando os processos internos. Em 2004, implementamos nosso primeiro sistema em nuvem, conectando as informações de nossas duas sedes e centralizando a gestão. Essa experiência confirmou a importância da tecnologia para o setor jurídico e foi um passo fundamental para nossa evolução”, conta

Mais de uma década depois, em 2016, ele fundou uma lawtech, com o objetivo de atender os clientes de maneira mais eficiente. O projeto resultou no desenvolvimento do do primeiro produto de Inteligência Artificial, focado na redução de tarefas repetitivas e no uso de filtros inteligentes para avaliar a aplicabilidade de teses jurídicas em diferentes casos. “Essa trajetória reforçou minha convicção de que a integração entre direito e tecnologia não só é possível como essencial para enfrentar os desafios contemporâneos do setor”, pontua o advogado.

Hoje, Bruno Sant’Ana é o criador da SOS Legal, uma ferramenta de inteligência artificial que se tornou um braço direito de muitos profissionais do Direito. Com ela, advogados conseguem transformar horas de trabalho em minutos: processos são triados, dados são analisados, peças jurídicas são geradas. Ele explica que não é que a máquina faça o trabalho sozinha, mas, como um aprendiz dedicado, ela aprende com o mestre e executa o básico, liberando o humano para o que realmente importa: a estratégia.

“Quando penso na SOS Legal, penso em acessibilidade. Quero que qualquer advogado tenha acesso à IA, seja para reduzir tarefas repetitivas, seja para criar planejamentos personalizados. É sobre democratizar a eficiência”, diz Bruno.

O advogado também criou um curso de inteligência artificial voltado exclusivamente para advogados, juízes e escritórios de advocacia. Realizado às quartas-feiras, no formato remoto, o programa é uma espécie de guia para transformar o medo da máquina em admiração – e, sobretudo, em resultados.

“Tão importante quanto ter acesso às ferramentas é saber usá-las. Muitos ainda resistem à IA por não entenderem que ela não nos substitui, mas nos potencializa. Meu curso é para mostrar que a máquina não rouba, ela devolve: tempo, eficiência, criatividade”, explica.

Dividido em quatro módulos, o curso começa com o básico: a história da inteligência artificial e suas primeiras conexões com o Direito. Aos poucos, os participantes mergulham no prático – aprendem a explorar aplicativos que analisam casos e escrevem peças jurídicas. Na terceira etapa, cada aluno cria e treina seu próprio GPT, uma inteligência artificial adaptada às suas necessidades específicas. Ao final, há uma revisão do que foi aprendido e feedback sobre os trabalhos desenvolvidos.

“É nesse momento que os olhos brilham. Eles percebem que a IA não é um bicho de sete cabeças, mas uma ferramenta moldável, que trabalha para você. E mais do que isso: entendem que o futuro já chegou, e eles podem ser protagonistas dessa transformação.”, comenta.

Bruno gosta de lembrar que o Supremo Tribunal Federal, com o projeto Victor, já usa IA para triar processos, identificando temas de repercussão geral. E que a MARIA, outra ferramenta do STF, ajuda na elaboração de votos e relatórios. Para ele, esses são exemplos de como o Direito está mudando – e de como é preciso estar pronto para mudar junto.

“O maior desafio não é técnico, é cultural. Muitos têm medo de que a IA roube seus empregos, mas o que ela faz é amplificar nossas capacidades. Precisamos aprender a confiar nela, assim como confiamos em nós mesmos.No fundo, a máquina reflete a ética de quem a opera. Nosso trabalho é garantir que essa ética seja a melhor possível.”

Para mais informações sobre o curso ou sobre a IA SOS Legal, Bruno Sant’Ana pode ser encontrado no Instagram @adv.brunosantana ou pelo número (71) 99266-2130.