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Editorial
Publicado em 6 de dezembro de 2024 às 02:00
Há quase duas décadas, o Partido dos Trabalhadores governa a Bahia. Um ciclo de 18 anos que prometeu transformações estruturais, combate à fome e superação da pobreza. Entretanto, os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta semana, desnudam a dura realidade: a Bahia lidera o ranking nacional de extrema pobreza, com 1,325 milhão de pessoas nesta condição. Quase 9% da população vive com menos de R$ 7 por dia.
Sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Bahia, com o governador Jerônimo Rodrigues como seguidor fiel, o discurso de combate à pobreza tem sido recorrente pelos petistas. Mas os resultados permanecem muito aquém das promessas. Houve avanços, sim - o número de pessoas em extrema pobreza caiu 26% entre 2022 e 2023 -, mas esses passos têm sido lentos demais para justificar a permanência de quase 7 milhões de baianos abaixo da linha da pobreza, ou seja, vivendo com menos de R$ 22 por dia.
Não custa ressaltar que, entre os estados brasileiros, a Bahia é onde tem mais pessoas que recebem o Bolsa Família. São 2,4 milhões. O programa federal é vital, mas a quantidade expressiva de beneficiários expõe a situação de pobreza do nosso estado. A simples distribuição de renda, sem uma política eficaz de capacitação e criação de empregos sustentáveis, apenas ameniza o problema, sem resolvê-lo. Com tem apontado especialistas, para além da fome, as pessoas têm necessidade de gerir suas próprias vidas com dignidade.
No Brasil, segundo o IBGE, são 59 milhões de habitantes vivendo abaixo da linha de pobreza, o equivalente a uma fatia de 27,4% da população que sobrevivem com menos de R$ 22,17 por dia. O discurso petista repetido de que há avanços é cada vez mais vazio diante de dados que mostram lentidão e insuficiência.
A sociedade brasileira merece mais. Merece ações concretas que criem um ambiente econômico mais dinâmico, que rompam com o ciclo de dependência. Não podemos nos contentar com migalhas de progresso. O povo baiano, que confia no PT há quase duas décadas de poder, merece que as promessas de transformação sejam, finalmente, cumpridas. A Bahia não pode continuar liderando o ranking da vergonha. É hora de ação - e não de retórica vazia.