Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Corrupção passou a operar sob novas roupagens no Brasil

Resultado da Transparência Internacional escancara a inépcia das instituições brasileiras na luta contra os desvios de dinheiro público

  • Foto do(a) author(a) Editorial
  • Editorial

Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 05:00

O Brasil atingiu sua pior colocação na história no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) da Transparência Internacional, ao figurar na 107ª posição em 2024. O resultado escancara a inépcia das instituições brasileiras na luta contra os desvios de dinheiro público e a crescente complacência com práticas que solapam a integridade do Estado. A piora contínua nesse ranking não é coincidência, mas reflexo direto de decisões políticas que, nos últimos anos, esvaziaram as ferramentas de fiscalização e desmantelaram o legado de operações, como a Lava Jato.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem evitado qualquer protagonismo na pauta anticorrupção, postura que se reflete na ausência de iniciativas concretas para reverter o enfraquecimento dos mecanismos de controle. A Lava Jato, que desvendou esquemas bilionários de propinas, sofreu ataques sistemáticos até ser praticamente desmontada.

A corrupção institucionalizada passou a operar sob novas roupagens, segundo a Transparência Internacional,com a prática de emendas sem transparência, um mecanismo que movimenta bilhões de reais sem rastreamento adequado e favorece acordos obscuros entre governo e parlamentares. Mesmo após decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenaram essa prática, a fiscalização segue ineficaz.

No Judiciário, o cenário também é desolador. Decisões monocráticas anulam sanções aplicadas a empresas envolvidas em corrupção, o que contribui para a sensação de impunidade. Além disso, investigações recentes revelaram a influência de lobistas e advogados no meio jurídico, expondo magistrados a suspeitas de venda de sentenças.

Diante desse cenário, a recomendação da Transparência Internacional para que o governo federal adote uma postura mais rígida contra a corrupção soa como um apelo óbvio, mas que nos deixa em dúvida se será atendido. Afinal, combater a corrupção significa enfrentar grupos poderosos que hoje exercem influência direta sobre os Três Poderes.

O Brasil já esteve em uma posição muito melhor neste ranking e não há justificativa para o atual retrocesso além da conivência das autoridades. Sem uma mudança estrutural, a tendência é que o país continue sua trajetória descendente e se aproxime cada vez mais de nações com regimes antidemocráticos onde a corrupção não é uma exceção, mas a regra.