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R$ 56 milhões para o caos prisional

Não é a primeira vez que o Conjunto Penal de Eunápolis enfrenta fugas, mas é a mais grave, tanto pela logística criminosa quanto pela ausência de preparo para combatê-la

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  • Editorial

Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 02:00

A fuga de 16 detentos do Conjunto Penal de Eunápolis, ocorrida em 12 de dezembro, é mais do que um evento isolado; é o reflexo de uma gestão estadual que falha em garantir a segurança da população. Mais de uma semana após a ação criminosa, nenhum dos fugitivos foi recapturado, enquanto os moradores vivem em estado de temor.

A ação que resultou na fuga é digna de um filme de guerra: oito homens fortemente armados invadiram o presídio, com fuzis de calibres superiores ao armamento dos agentes de segurança, perfuraram o teto de um cela e escoltaram os detentos para fora. Tudo isso em um local supostamente seguro e gerido pela empresa Reviver Administração Prisional Privada LTDA, que recebeu só este ano mais de R$ 56 milhões do governo estadual para administrar esta e outras três unidades prisionais na Bahia. Apesar desse investimento milionário, a estrutura de segurança revelou-se incapaz de prevenir ou responder adequadamente a uma invasão planejada e executada com tamanha precisão.

Não é a primeira vez que o Conjunto Penal de Eunápolis enfrenta fugas, mas é a mais grave, tanto pela logística criminosa quanto pela ausência de preparo para combatê-la. Segundo relatos, os criminosos superaram os agentes de segurança em armamento e estratégia, expondo uma combinação fatal de falta de efetivo, equipamentos defasados e treinamento insuficiente.

A reação do governo foi limitada com apresentações de soluções paliativas, como afastamentos de diretores. Nenhuma medida estrutural foi anunciada, apesar das críticas constantes a empresas que gerem o sistema prisional no estado. Funcionários terceirizados, sem treinamento adequado e desarmados, são deixados à mercê de facções criminosas que já transformaram a Bahia em um campo de batalha.

O governador petista Jerônimo Rodrigues sugeriu buscar apoio da Polícia Federal e Rodoviária Federal, o que evidencia o desespero diante de um cenário que, embora previsível, foi negligenciado. É inadmissível que, em nosso tempo, o sistema prisional da Bahia ainda funcione de forma tão precária. Quantos mais precisarão fugir ou morrer para que o governo reconheça a necessidade de reformar profundamente o sistema?

O sistema prisional não é um espaço para improvisos ou para negociações lucrativas. É hora de repensar as estratégias, investir em inteligência e valorizar os servidores penitenciários. Sem isso, fugas como a de Eunápolis continuarão a ameaçar a segurança das cidades. Enquanto os baianos seguem pagando a conta de um modelo que, em vez de proteger, coloca em risco a vida de todos.