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O futuro do sistema ferroviário

A renovação da concessão da FCA não pode ocorrer sem a exigência de melhorias significativas, especialmente no Corredor Minas-Bahia

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  • Editorial

Publicado em 25 de outubro de 2024 às 05:00

O sistema ferroviário brasileiro, em especial o trecho da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), está em uma encruzilhada crítica. Com uma extensão de quase 8 mil km de trilhos, essa ferrovia conecta três regiões fundamentais do país – Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste – e movimenta uma vasta gama de produtos, de insumos agrícolas a mercadorias industrializadas. Contudo, o que deveria ser uma estrutura robusta e eficiente tornou-se, ao longo das últimas décadas, um símbolo de abandono e obsolescência.

Atualmente, a concessão da FCA, administrada pela VLI, está em vias de renovação. A empresa, que já detém a operação da ferrovia há quase 30 anos, busca estender seu controle por mais três décadas. Porém, o que está em jogo não é apenas a continuidade de uma concessão, mas o próprio futuro da logística ferroviária do país, especialmente para a Bahia, onde o cenário é de completo descaso.

Os trilhos da FCA que cortam o estado da Bahia estão em péssimas condições, com uma velocidade média de operação de apenas 11 km/h. Para piorar, a empresa anunciou a devolução de 291 km de linhas, sem a devida certeza sobre quem assumirá a manutenção e operação desses trechos. Isso coloca o estado em risco de um completo isolamento ferroviário, já que parte das malhas a serem devolvidas integra o importante Corredor Minas-Bahia.

Ao falar sobre o futuro dessa rodovia, não dá para deixar de mencionar a bitola – distância entre trilhos – estreita de 1 metro que ainda é mantida. Estruturas ferroviárias modernas, como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que passa pelo estado, utilizam bitolas de 1,6 metros, uma diferença que afasta a Bahia de uma integração plena com as demais regiões do Brasil. A VLI parece não ter interesse em modernizar a infraestrutura existente e prefere manter as condições atuais, com menos investimento.

Além dos problemas estruturais, há uma questão fundamental que precisa ser considerada: a negligência com a Bahia. Apesar de movimentar bilhões de reais em produtos, a maior parte dos investimentos da VLI está concentrada em outros estados, como Minas Gerais e Goiás. A falta de investimentos no estado não só prejudica a economia local, mas também coloca em risco a conexão logística entre o Nordeste e o Sudeste do país.

O governo federal precisa ser firme. A renovação antecipada da concessão da FCA não pode ocorrer sem a exigência de melhorias significativas, especialmente no Corredor Minas-Bahia. Não podemos aceitar que, após mais 30 anos de concessão, a Bahia e o Brasil como um todo continuem a enfrentar os mesmos problemas logísticos de hoje. É necessário que a concessionária se comprometa com investimentos reais e a modernização da infraestrutura, sob pena de se abrir a licitação para novos operadores.