Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Editorial
Publicado em 31 de janeiro de 2025 às 02:00
A decisão do Banco Central de elevar a taxa Selic para 13,25% ao ano, diante da crescente inflação, era não apenas esperada, mas necessária. O Brasil já conhece bem os efeitos devastadores da inflação descontrolada e, em momentos como este, a política monetária precisa ser firme. No entanto, enquanto o Banco Central faz sua parte para conter a alta dos preços, a política fiscal do governo Lula segue falha e reduz a eficácia das medidas. >
A verdade é que o combate à inflação exige disciplina nos gastos públicos, algo que o atual governo não tem dado atenção. Sem controle fiscal, qualquer esforço do Banco Central será paliativo. O governo, porém, insiste em buscar soluções que passam longe do óbvio e fala até em medidas intervencionistas, que historicamente fracassaram no Brasil.>
Exemplo disso é a ideia do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que, diante da alta no preço da laranja, sugeriu que os brasileiros simplesmente troquem de fruta. Além do tom desconectado da realidade, essa declaração escancara a falta de um plano sério para a economia do país. Da mesma forma, a proposta absurda de um ala do PT de taxar exportações do agronegócio para forçar uma redução dos preços internos é uma aposta arriscada. A medida pode gerar desabastecimento e desestimular investimentos no setor.>
Toda vez que o governo tentou intervir diretamente nos preços, o resultado foi desastroso. Os congelamentos de preços nas décadas passadas são provas disso. O mercado deve funcionar com liberdade, e a única forma eficaz de garantir preços mais baixos é aumentar a oferta e melhorar a produtividade – algo que se faz com incentivos corretos, e não com restrições. >
Se Lula e sua equipe realmente desejam combater a inflação, precisam começar pelo básico: ajuste fiscal. Sem isso, o Banco Central continuará subindo juros. O Brasil já aprendeu a lição no passado, mas o governo petista parece que ainda não.>