As falas desastrosas de Lula na Bahia

Os próximos passos precisam ser pautados por um compromisso renovado com políticas econômicas sólidas e um discurso que una ao invés de dividir

  • Foto do(a) author(a) Editorial
  • Editorial

Publicado em 5 de julho de 2024 às 05:00

A recente passagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Bahia deveria ter sido marcada pelas inaugurações e por anúncios de mais investimentos. No entanto, as declarações polêmicas e controversas do petista acabaram por ofuscar qualquer agenda positiva planejada para a visita.

Nas entrevistas concedidas a rádios baianas, Lula voltou a tecer críticas contundentes ao Banco Central e ao mercado financeiro. Ele fez afirmações sérias sobre a autonomia da instituição e insinuou influências ideológicas do presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto. Tais posicionamentos, além de inoportunos, refletem uma visão preocupante sobre a condução da política econômica e a estabilidade financeira do país.

A verborragia do chefe do Palácio do Planalto resultou no aumento do dólar, o que poderia, por tabela, pressionar a inflação e impactar o consumo das famílias ao longo dos próximos meses. Ao afirmar já fora da Bahia que “responsabilidade fiscal não são palavras, mas compromisso do governo” , Lula reconheceu que suas declarações anteriores foram equivocadas e prejudiciais ao nosso país.

O erro estratégico de comunicação poderia comprometer ainda mais a confiança dos investidores e o equilíbrio econômico nacional. Os próximos passos do governo Lula precisam ser pautados por um compromisso renovado com políticas econômicas sólidas e um discurso que una, ao invés de dividir, os interesses de todos os brasileiros.

O petista ainda cometeria outra derrapagem ao afirmar que “dormia toda noite tranquilo” porque o ministro da Casa Civil, Rui Costa, não permitia que ele tomasse “rasteira” ou fosse ludibriado por “mentiras” de outros ministros. Isso sugere que o mandatário acredita que há membros em seu governo dispostos a enganá-lo. Então, ele não confia na própria equipe que escolheu? Se ele não confia, devemos nós, brasileiros, confiar?

Essas declarações de Lula só têm contribuído para ampliar as desconfianças sobre a sua administração. Em um momento em que o Brasil enfrenta desafios significativos, um discurso responsável e coerente do presidente da República é imprescindível.