"O mundo ainda vai precisar do petróleo por muito tempo", diz presidente do IBP

Combustíveis fósseis são responsáveis por 80% da energia utilizada no planeta atualmente

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  • Donaldson Gomes

Publicado em 11 de julho de 2024 às 06:00

Entre dois mundos

Presente na inauguração do Complexo Eólico Novo Horizonte, na Chapada Diamantina, Roberto Ardenghy, que preside o Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), defendeu a necessidade de pensar na complementaridade das matrizes energéticas. Perguntado sobre a possibilidade de um mundo sem petróleo, rechaçou a hipótese. "Os combustíveis fósseis ainda fornecem 80% da energia do mundo e isso não vai mudar do dia para a noite. A gente calcula no IBP que até 2070 ainda haverá um consumo muito importante", afirmou. Na vibe da descarbonização, Ardenghy fez questão de destacar que o óleo brasileiro é um dos menos carbonizados do mundo. Segundo ele, cada barril do óleo emite uma média de 30 quilos de CO2, enquanto por aqui a média é de apenas 11 quilos. "O mundo está exigindo uma menor pegada de carbono e o nosso petróleo emite menos", defende.

Tecnologia

Roberto Ardenghy, do IBP, destacou ainda a tecnologia para produção de petróleo desenvolvida no Brasil. "Nós produzimos o petróleo na região do pré-sal e conseguimos reinjetar de volta no reervatório todo o carbono, que é retirado junto com o óleo", destaca. Para ele, a infraestrutura desenvolvida pela indústria do petróleo pode ser usada para a produção de energias renováveis em alto mar. "O país tem muitas plataformas ociosas, onde se podem colocar aerogeradores e aproveitar um fator de potência que é até maior do que em terra", diz.

Melhorou, mas...

O projeto de lei que regulamenta a Reforma Tributária e as alterações feitas até aqui trouxeram alguns avanços, mas ainda há o que melhorar, avalia a Confederação Nacional da Indústria (CNI). De positivo, um sistema que garante o bom funcionamento do IVA e crédito amplo em quase todas as aquisições, aponta Mario Sérgio Telles, superintendente de Economia da CNI. Para ele, entretanto, ainda falta definir uma restituição mais rápida de eventuais saldos credores. A CNI quer espera 30 dias para a apreciação, com pagamento em até 45 dias, mas hoje a previsão é de 30 dias apenas para algumas empresas. A grande maioria vai precisar aguardar 60 dias.

Isonomia

Outra frente de pressão da confederação é em relação às empresas que possuem regimes aduaneiros especiais. Neste caso, o desejo é que as empresas tenham direito de comprar com suspensão na importação e no mercado interno, para evitar favorecer as importações, em relação ao mercado nacional.

Menos volume, mais valor

As exportações baianas se mantiveram estáveis no primeiro semestre de 2024, alcançando US$ 5,162 bilhões, mas registraram queda no volume embarcado, de 10,7%. Valorizações nos preços de minérios, produtos da indústria de transformação e agropecuários compensaram parte da queda nos volumes. Por falar no campo, a soja se manteve como principal produto de exportação, com quase 37% dos embarques. Além disso, os embarques de algodão cresceram 282% no período; café e especiarias, 59%; e derivados de cacau, 82%, no comparativo com o ano passado.

Mining Drinks

Salvador vai receber a primeira edição especial do Mining Drinks, no próximo dia 18, com patrocínio do Fonseca Lima e Bastos, escritório especializado em Direito da Mineração. O encontro, que vai reunir representantes da mineração baiana, no Santiago Culinária Ibérica.