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Nosso patrimônio cultural necessita com emergência de registros aprofundados de nomes doutos que fascinaram gerações
Cesar Romero
Publicado em 17 de julho de 2023 às 05:00
No Brasil, por alguns motivos que não são científicos, nem palpáveis, nomes luminares de nossa cultura, não tem o devido reconhecimento, nem divulgação. Nossa memória precisa ser preservada. Um país é sua memória. Nosso patrimônio cultural necessita com emergência de registros aprofundados de nomes doutos que fascinaram gerações e contribuíram com seus fazeres para grandes momentos da arte brasileira.
Todos tiveram grande projeção, mercado, refinada formação e em sua maioria, professores.
É premente analisar e fixar o trabalho de tantos brasileiros que dedicaram suas vidas a uma missão tão nobre. Vale ressaltar injustiças nas artes plásticas:
Ivan Serpa (1923 – 1973) - Professor da grande maioria dos artistas dos anos 60, que são hoje referência maior em nossa arte. Um mestre incontestável.
Antonio Maia (1928 – 2008) - Ganhou os maiores prêmios existentes no país à época. A crítica de arte o aclamava, tornou-se um artista de grande prestígio, popularidade e mercado. Foi com os ex-votos que ele encontrou seu destino de pintor.
Antonio Gomide (1895 – 1967) - Estudou na Europa, onde teve atelier, lecionou em museus brasileiros, teve uma formação primorosa. Sua pintura enfatizava temas nacionais, predominava a figura humana. Foi um dos introdutores do estilo art deco no país.
Danilo di Prete (1911 – 1985) - Trabalhava com óleo s/tela, construções em relevo, objetos com feixes de luz, cor e movimento tendo como propulsores motores, correntes de ar e efeito óticos, foram seus grandes e revolucionários feitos.
Hercules Barsotti (1914 – 2010) - Um explorador da cor, as possibilidades dinâmicas das formas, utilizava formatos de quadros pouco usuais como losangos, hexágonos, pentágonos e circunferências.
Hermelindo Fiamighi (1920 – 2004) - Seu trabalho destacou-se pelo ritmo visual das composições. Em pintura se caracterizava pelas transparências das cores, perseguia a luz fugidia.
Lothar Charoux (1912 – 1987) – Trabalhava com uma trama prévia, que organizava o campo visual dos quadros. Explorava a oposição gráfica, do traço branco com relação a uma superfície preta, promovendo seu valor luminoso. Buscava uma tensão entre figura e fundo.
Luiz Sacilotto (1924 – 2003) – Era adepto do abstrato–construtivo, foi um dos pioneiros da pintura que explorava fenômenos óticos. Um dos precursores da pop art no país.
Mauricio Nogueira Lima (1930 – 1999) – Era construtivo e dedicou-se a experimentações cromáticas quando buscava vibrações nas luzes. Explorava a oposição entre pequenas áreas de luz e amplas extensões cromáticas.
Eles não mereciam esse destino.