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A Arte Confrontada

O artista primitivo é sua própria fonte de inspiração, quanto mais ingênuo mais criativo fica

  • Foto do(a) author(a) Cesar Romero
  • Cesar Romero

Publicado em 31 de março de 2025 às 05:00

Obra de Heitor dos Prazeres
Obra de Heitor dos Prazeres Crédito: divulgação

Henry Housseau era “um pintor clássico”, como se definia. De início, crítica e público riam e debochavam do seu trabalho. O poeta Apollinaire e os pintores Picasso e Delaunay foram seus grandes incentivadores. Os artistas primitivos não seguem escolas, nem se preocupam com as últimas tendências. Ele é sua própria fonte de inspiração. Ele é seu assunto. Os sábios da “cultura culta” sempre buscam negar os artistas primitivos, ou ingênuos. Negarão a arte primitiva africana? Existem poucos ensaios e livros, sobre os naïfs. Eles estão à margem das grandes cotações do mercado, são alijados dos salões de arte e das pautas das galerias e de instituições públicas e privadas. Puro preconceito.

A escritora e crítica de arte Lélia Coelho Frota trabalhou por mais de 30 anos com a fonte popular no Brasil. Publicou dois livros sobre o assunto: Mitopoética de Nove Artistas Brasileiros na década de 70 e o clássico Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro – Século XX, um livro fundamental. Também com livros: Geraldo Edson de Andrade, A Arte Naïf no Brasil; Jacob Klintowitz com Arte Ingênua Brasileira. Ainda Theon Spanudis fez uma publicação sobre a obra de José Antonio da Silva. Todos os autores grandes intelectuais brasileiros. Sabe-se que o Brasil e a França são os maiores reservatórios de arte naïf do mundo. Ela tem uma profunda empatia com grande público. O crítico “intelectual” é arte menor.

Os maiores e mais importantes artistas ingênuos brasileiros são: Chico da Silva (Menção Honrosa na Bienal de Veneza) José Antonio da Silva, Arthur Bispo do Rosário, Alcides Santos, Cardosinho, Iaponi Araújo, Maria Auxiliadora, Saboia, Gerson, Antonio Poteiro, Heitor dos Prazeres (foto) (Prêmio na Bienal de São Paulo), Isabel de Jesus, Mirian e Waldomiro de Deus.

A origem de um vocabulário plástico visual não está na erudição do indivíduo, mas em sua vida instintiva profunda, que revelou ao artista um caminho a seguir. O que vale sempre é o produto final, a essência a originalidade. A criação de um alfabeto original, próprio do artista. A arte naif teve como pioneiro Henri Rousseau (1844 – 1910), que insistia em ser um pintor “clássico”. O Brasil e a França produziram grandes artistas naif, basta citar José Antonio da Silva e o Francês Henri Rousseau. A arte não é boa ou ruim pela técnica, mas sim pelo poder da invenção. O artista primitivo é sua própria fonte de inspiração, quanto mais ingênuo mais criativo fica.