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Publicado em 20 de março de 2025 às 05:00
Os investimentos florestais crescem de forma acelerada no Brasil. Segundo a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) já estão em andamento projetos em plantio de árvores, pesquisa e desenvolvimento, infraestrutura e implantação de novas fábricas, ultrapassando o valor de R$ 100 bilhões até 2028. >
Acompanhando o movimento global pela nova “Economia Verde” e o aumento da demanda por bioprodutos, há a perspectiva de novos empreendimentos florestais para os quais a Bahia precisa estar atenta.>
Os investimentos florestais significam mais empregos qualificados, capacitações permanentes, tecnologia, renda, impostos e contribuições sociais e ambientais de elevada significância – contribuindo com a desconcentração da economia. >
Com capacidade própria de investimento e com alta tecnologia de ponta, somos um setor de bioeconomia em larga escala, que produz sustentavelmente mais de 5 mil itens de uso cotidiano.>
Este segmento florestal, de grande dinamismo econômico, com positivo impacto socioambiental, cresceu e se consolidou como referência internacional, com competitividade global. Nacionalmente é um setor que gera 2,6 milhões de empregos diretos e indiretos, exporta US$ 14,3 bilhões anualmente e planta 1,8 milhões de árvores todos os dias. >
Somando quase 10 milhões de hectares em árvores plantadas para fins industriais e 7 milhões de hectares de vegetação nativa preservada, trata-se de um segmento que está do lado certo da equação climática e que tem grande potencial para mitigação das mudanças do clima, principalmente em função das remoções e estoque de carbono nas árvores, servindo como substituição de produtos de origem fóssil. >
E na Bahia não é diferente! No estado são 700 mil hectares de plantações florestais e 400 mil hectares de florestas nativas destinadas à preservação ambiental. Por aqui, plantamos 250 mil árvores por dia.>
E podemos crescer mais, prestando serviços de restauração das áreas degradadas na Bahia que totalizam 8 milhões de hectares, e que representam um potencial para aumento de até 14 vezes a área atual ocupada com silvicultura. >
Com parcerias do setor privado e Governo, com mais segurança jurídica e foco na maior inclusão dos pequenos e médios produtores e processadores de madeira, podemos estimular ainda mais o uso dessas novas áreas com sistemas como o de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF).>
Assim, poderemos fortalecer a cadeia produtiva de florestas plantadas no estado, de forma que a Bahia atenda sua própria demanda de madeira para uso múltiplo (importamos 80% de Santa Catarina e Paraná) que abastece diversas cadeias produtivas, como construção civil, carvão vegetal, movelaria, pisos laminados, entre outros.>
Acompanharemos as tendências mundiais de crescimento, ao mesmo tempo em que cuidaremos da nossa economia e do meio ambiente. A Bahia não pode mais deixar a banda passar sem aproveitar as oportunidades!>
Artigo Wilson Andrade é Diretor Executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (Abaf) >