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Antônio Meira Jr.
Publicado em 15 de setembro de 2024 às 11:00
A força e o esforço dos fabricantes chineses para popularizar seus produtos no Brasil é enorme. A Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, acompanha de perto essa ofensiva e aponta que, entre janeiro e agosto, 72.476 veículos produzidos na China foram comercializados no mercado brasileiro.
Porém, ainda restam 81.700 unidades em estoque, ou seja, carros que ainda não foram vendidos e estão parados em concessionárias, pátios e portos. No ritmo atual, são necessários mais nove meses para que esse estoque seja consumido.
NÃO ERA ASSIM
Até abril, o estoque girava em torno de 20 mil unidades, o suficiente para 60 dias, o que é considerado normal na indústria. No entanto, na iminência do último aumento do imposto de importação, marcas como BYD e GWM enviaram dezenas de navios ao Brasil com carros que entrariam no país a tempo de pagar menos imposto. O imposto, que atinge veículos híbridos e elétricos, não é exclusivo para modelos chineses, como ocorre em outros mercados.
PRODUÇÃO NACIONAL
Algumas empresas chinesas prometem produção nacional, como a BYD e a GWM. A BYD adquiriu do Governo da Bahia a planta que pertenceu à Ford em Camaçari e deverá começar sua operação fabril no ano que vem, em regime SKD, no qual várias partes são pré-montadas em subconjuntos pelo centro de produção, antes do envio à montadora de destino. Ou seja, o carro é até pintado na fábrica de origem, na China.
A GWM, que comprou uma fábrica que pertenceu à Mercedes-Benz em Iracemápolis, no interior de São Paulo, já adiou algumas vezes o início da produção, inicialmente, previsto para o primeiro semestre deste ano. Por enquanto, a única empresa chinesa que monta automóveis no país é a Chery, em parceria com a brasileira Caoa.
O PERIGO DOS DEFEITOS
A indústria automotiva é a que mais faz chamamentos para corrigir defeitos de fabricação, seja de erros cometidos por sua estrutura ou por terceiros, no caso de fornecedores de peças e equipamentos. São os chamados recalls, que atingem inclusive veículos fora de garantia. No Brasil, foram vendidos 5 milhões de carros com airbags com defeito e quase metade deles ainda não foram trocados. Como consequência mais severa, sete pessoas já morreram no país por conta da explosão do equipamento.
O QUE ACONTECE COM O AIRBAG
Os airbags defeituosos foram produzidos pela Takata, usados em carros fabricados por 17 montadoras entre 2001 e 2018. Para sanar o problema, um recall mundial acontece para a troca da peça. Para inflar o airbag, quando acionado, a Takata utilizava um composto químico chamado nitrato de amônio.
Mas, ao longo dos anos, em contato com calor e umidade, o composto se torna altamente explosivo, e pode corroer partes metálicas do equipamento. No momento em que o airbag infla, esses fragmentos são projetados para a parte interna do carro, podendo atingir os ocupantes.
O QUE FAZER PARA RESOLVER
No site da Secretaria Nacional de Trânsito, é possível checar se o veículo precisa do recall por conta do airbag. Basta acessar portalservicos.senatran.serpro.gov.br/#/veiculos/recall, colocar o número do chassi ou da placa e buscar.
Q7 RETORNA AO BRASIL
O Q7, opção de sete lugares da Audi, voltou ao mercado nacional. A marca alemã anunciou que o SUV já pode ser encomendado e custa a partir de R$ 691.990.
Levemente atualizado, pela primeira vez, o modelo pode receber os faróis HD Matrix LED com laser como farol alto adicional e luzes diurnas digitais com assinaturas luminosas selecionáveis.
O motor é um V6 de 3 litros turbo que entrega 340 cv de potência e 51 kgfm de torque. A transmissão automática possui oito velocidades e a tração é integral sob demanda.
TEM SEGURO?
Conforme o último balanço da B3 (bolsa de valores), entre janeiro e junho, os bancos financiaram 3,4 milhões de veículos, representando um crescimento de 24% em relação ao mesmo período do ano passado. O que preocupa é que apenas 30% da frota brasileira está segurada.