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Antônio Meira Jr.
Publicado em 10 de março de 2024 às 11:00
A história da Hyundai no Brasil começou em 1999, na época como importadora de veículos. Quem tinha a licença para isso era a Caoa, que mesmo com a chegada da empresa coreana como fabricante nacional (em 2012), continuou tendo exclusividade na importação. Agora, 25 anos depois, a Hyundai parte para uma nova fase: irá ser a responsável tanto pela produção, quanto pela importação.
A Caoa, parceira importante para difusão da marca no país, continuará atuando, mas com outras funções. Uma delas será continuar produzindo na fábrica de Anápolis, Goiás, mas sob demanda da Hyundai - que vai escolher os veículos. Essa planta, inaugurada em 2007, tem capacidade para 300 mil veículos e, de imediato, já retoma a produção do caminhão HR e do SUV Tucson, ambos atualizados.
“Em nossa fábrica, em Piracicaba (SP), estamos saturados. Não temos mais como crescer. Hoje, estamos usando 100% de nossa capacidade instalada”, explicou Airton Cousseau, presidente da Hyundai Motor para Américas Central e do Sul. E, diferente do que acontecia até então, todas as concessionárias vão comercializar toda a linha. Anteriormente, a maior parte da rede vendia apenas três produtos: HB20, HB20S e Creta. O grupo Caoa segue como concessionário, com 46 das 250 lojas da marca.
INVESTIMENTO DE R$ 5,5 BILHÕES
A Hyundai investirá US$ 1,1 bilhão, o equivalente a R$ 5,5 bilhões, na operação brasileira até 2032. Quem anunciou o aporte foi o Euisun Chung, CEO global da companhia, diretamente para o presidente Lula e seu vice, Geraldo Alckmin, que também atua como ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
O investimento irá financiar o desenvolvimento de novas tecnologias, em particular a de carros híbridos, elétricos e movidos a hidrogênio verde, em convergência com o programa de Mobilidade Verde (Mover), que está sendo implementando para substituir o Rota 20230.
FÁBRICA DE SÃO PAULO NO LIMITE
Enquanto muitas fábricas no país trabalham com menos da metade da capacidade produtiva, a unidade da Hyundai em Piracicaba, interior de São Paulo, atua no limite. Inaugurada em 2012, produz em três turnos o SUV Creta e o HB20, hatch e sedã. São produzidas 200 mil unidades por ano.
CARROS QUE VÃO CHEGAR E OS QUE PODEM VIR
Neste novo cenário, a Hyundai aponta novos modelos que podem chegar e também confirmou dois produtos que vão estrear no segundo semestre. “Todo o portfólio global da Hyundai terá sua comercialização no Brasil agilizada, respondendo ao momento atual”, confirmou Cousseau. Na lista de veículos em estudo, mais ainda sem prazo, estão o Kona e o Santa Fe, ambos que já foram comercializados aqui pela Caoa. A partir de julho, dois automóveis inéditos: o Ioniq 5, elétrico, e o Palisade, um SUV de luxo.
PALISADE: SUV DE LUXO
Com o Palisade, um SUV que estreou globalmente em 2018, a Hyundai irá atuar em um segmento até então inédito para a empresa no país. Com capacidade para sete pessoas, é equipado com um propulsor V6 de 3.8 litros que entrega 295 cv de potência e 36 kgfm de torque. O veículo engloba sofisticadas tecnologias de auxílio à condução e muito conforto a bordo, com destaque para bancos que podem ser refrigerados, teto solar duplo e wifi a bordo.
IONIC 5: CARRO ELÉTRICO
Inspirado no Pony, o primeiro automóvel da marca, o Ioniq 5 tem uma proposta de sustentabilidade. O forro do teto e do carpete, por exemplo, incluem em sua composição biocomponentes extraídos da cana-de-açúcar. Com 305 cv de potência, sua autonomia chega aos 500 quilômetros - de acordo com a aferição WLTP.
PICAPE AINDA NÃO VEM
A Santa Cruz, uma picape monobloco do porte da Fiat Toro, ainda não vem. O utilitário, lançado nos Estados unidos em 2021, é produzido somente em uma fábrica em todo o mundo, em Montgomery, no Alabama. Diferentemente dos outros modelos, que serão importados da Coreia do Sul, onde há grande capacidade produtiva, essa unidade tem produção limitada. Para ser vendida aqui teria que ser fabricada na região.