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Santa Dulce, a Mãe dos Pobres

Como dizia Santa Dulce, “quando cada um faz um pouco, o pouco de muitos se soma”

Publicado em 13 de agosto de 2024 às 05:00

Anjo Bom da Bahia, Anjo Bom do Brasil. O legado de amor de Santa Dulce dos Pobres guarda nos títulos herdados do coração do povo o reconhecimento de quem dedicou a vida aos mais necessitados. Mas entre tantas expressões repletas de justiça e gratidão, uma, igualmente especial, também traduz com fidelidade a caminhada e a obra da primeira santa brasileira: Mãe dos Pobres.

Neste 13 de agosto, sua Data Litúrgica, somos convidados a revisitar essa jornada maternal, que abraçou, sem hesitar, a dor dos angustiados pela fome, pela doença e pelo abandono. Um sentimento que se manifestou ainda na adolescência de Maria Rita, que aos 13 anos já acolhia pobres e doentes em casa, transformando a residência da família, no bairro de Nazaré, em um centro de atendimento. A casa ficou conhecida como ‘A Portaria de São Francisco’, tal o número de carentes que se aglomeravam à sua porta.

Esse mesmo chamado fez a jovem freira Irmã Dulce, em 1935, caminhar pelas palafitas de uma comunidade pobre, Alagados, fazendo de seus moradores uma extensão de sua família. E, assim, com o Amar e Servir já enraizados em seus passos, a Mãe dos Pobres vivenciou anos depois, em 1949, um dos capítulos mais emblemáticos de sua jornada.

Naquele ano, um cortejo ganhava as ruas da Cidade Baixa com cerca de 70 pessoas – entre homens e mulheres, idosos e crianças – algumas a pé e outras amparadas em carroças, guiadas à frente por uma freira de aparência frágil, mas de uma fé madura. A inusitada procissão guardava também um destino inusitado: um convento no Largo de Roma e nele um galinheiro que, naquele dia, a pedido de Irmã Dulce, serviria de abrigo e descanso a quem até então só conhecia a miséria.

O galinheiro deu lugar a um dos maiores complexos de saúde do país com atendimento 100% gratuito; e seus 70 ocupantes multiplicaram-se em mais de 3 milhões de pessoas acolhidas todos os anos. As sementes ali depositadas pela Providência Divina seguem dando frutos, traduzidos hoje no atendimento prestado pelas Obras Sociais Irmã Dulce, um milagre diário que completou neste 2024 exatos 65 anos de criação.

De fato, a entidade fundada por Santa Dulce é a expressão desse amor maternal; de um amor que continua, principalmente graças às doações da sociedade, acolhendo idosos, pacientes oncológicos, pessoas com deficiência, em situação de rua, usuários de substâncias psicoativas, crianças e adolescentes em risco social, entre outros públicos. Uma instituição nascida a partir de um simples galinheiro, mas cujo trabalho, em áreas como saúde, pesquisa científica, ensino em saúde, educação e assistência social e espiritual, segue todos os dias norteado pelo que chamamos de ‘Dulcismo’, o jeito Dulce de pensar, ser e agir.

Mais do que usuários de seus serviços, as gerações acolhidas pela vida e obra de Santa Dulce são como filhos e filhas desse cuidar maternal; de quem encontrou nas mãos estendidas de um Anjo – e que hoje encontra nos profissionais e voluntários de sua Casa, o caminho da dignidade humana. E como um país de fé que somos, que continuemos a transformar galinheiros em hospitais e salas de aula; carroças em ambulâncias, sempre enxergando o direito à saúde e à educação com os olhos da Mãe dos Pobres: como aquela última porta, que não pode fechar jamais. E não se fechará, porque, como dizia Santa Dulce, a “obra de Deus não se interrompe” e “quando cada um faz um pouco, o pouco de muitos se soma”.