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O Brasil vai de ônibus

Na Bahia, o ônibus é indispensável para conectar pessoas, promover o turismo em cidades históricas e facilitar o acesso a serviços essenciais

Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 05:00

No Brasil, as rodovias conectam não só cidades, mas também unem pessoas, sonhos e oportunidades, tornando o ônibus um pilar essencial da mobilidade. Em 2023, mais de 112 milhões de passageiros utilizaram ônibus nas modalidades regular, fretamento e semiurbana.

O ônibus é o principal meio de transporte para 66% da população. No Nordeste, que abriga 54 milhões de habitantes, o transporte rodoviário é ainda mais crucial. Com grandes distâncias entre capitais e interiores, ele contribui também para turismo, já que a região é bastante procurada por suas belezas naturais.

Na Bahia, maior estado nordestino, o ônibus é indispensável para conectar pessoas, promover o turismo em cidades históricas e litorâneas e facilitar o acesso a serviços essenciais. Por exemplo, Salvador e Fortaleza, separadas por mais de 1,2 mil km, contam com transporte aéreo, mas é o ônibus que viabiliza que a maioria percorra longas distâncias com custo acessível e acesso facilitado aos terminais rodoviários.

Contudo, enquanto a demanda por mobilidade cresce, a regulamentação do setor rodoviário permanece uma barreira, sufocando a inovação e limitando seu impacto social. A inércia da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), órgão que regula o transporte de passageiros, é alarmante. A recente introdução de ferramentas tecnológicas de fiscalização foi essencial para o desenvolvimento do modal, mas sua aplicação prática é ineficiente. O excesso de burocracia e interpretações desiguais da legislação criam insegurança jurídica, favorecendo grandes empresas e limitando a concorrência.

Outro ponto crítico é a exclusão econômica. Para muitas famílias, o transporte rodoviário é a única opção viável, seja pelo custo ou pelas rotas que conectam pequenos municípios a grandes centros. Ainda assim, 40% delas deixam de viajar por falta de recursos, e quase 90% daquelas com renda de até meio salário mínimo estão excluídas desse direito, segundo a PNAD Contínua. Além disso, 63% dos municípios não são atendidos pelo transporte interestadual, segundo a ANTT.

Nesse contexto, recentemente, o Ministério Público Federal destacou a necessidade de maior transparência na atuação da Agência. Em parecer, apontou que a nova regulamentação privilegia empresas já consolidadas, desestimulando a concorrência e a melhoria dos serviços.

A ausência de uma regulamentação que promova inovação e concorrência evidencia a falta de visão estratégica para o desenvolvimento do setor no Brasil.

É hora de decisões concretas e certeiras. O ônibus precisa ocupar o centro das discussões sobre infraestrutura, mobilidade e desenvolvimento econômico. Sem isso, o Brasil, especialmente o Nordeste, continuará desperdiçando seu potencial de inclusão e integração.

Edson Lopes, CEO FlixBus Brasil