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Publicado em 13 de março de 2024 às 21:00
O painel começou respondendo sua pergunta principal, com todos os participantes argumentando que ao tornar públicos modelos de inteligência artificial para usos diversos, se estimula a inovação e resolução de problemas em diferentes áreas. Por isso, o ecossistema de IA deve ser aberto.
Então, houve uma ressignificação do que se entende por "aberto", e o consenso no painel foi de que não são os dados que alimentam a IA ou os códigos dos seus modelos que devem ser tornados públicos, porque ambos demandam uma custo de processamento alto, inacessível para a maior parte das pessoas e empresas. O que deve ser aberto é o uso dos modelos criados, o que permite a formação de uma longa cadeia de empresas que vão utilizá-los para uma miríade de casos de uso. Ainda que algum desses uso seja malicioso ou criminoso, um ecossistema aberto é o mais efetivo para detectá-lo e sanar a falha que permitiu este uso.
Seguindo o formato aberto, os modelos de IA podem absorver nuances de diferentes realidades, evitando o erro de ter os valores americanos ou ocidentais como padrão, o que torna seu uso mais amplo e democrático. O painel se encerrou com o reconhecimento de que o domínio da IA será chave para o desenvolvimento dos países nos próximos anos, e questões geopolíticas que já existem, como a desconfiança entre EUA e China sobre uso de tecnologia de IA nacional, devem se tornar mais relevantes.
O painel 'Por que o futuro da Inteligência Artificial deveria ser aberto' contou com o Dario Gil (VP da IBM Research), Rebecca Finlay (CEO da Partnership on AI), Joseph Spisak (Diretor de Inteligência Artificial Generativa na Meta, dona do Facebook) e Ion Stoica (Professor da Universidade de Berkeley).
*Lucas Reis é integrante da delegação brasileira que viajou para acompanhar o South by Southwest (SXSW) em Austin, no Texas (EUA).