Informação salva, desinformação mata!

A campanha Outubro Rosa 2024 da Sociedade Brasileira de Mastologia tem como principal mote o combate às fake news sobre o câncer de mama

Publicado em 17 de outubro de 2024 às 05:00

Vivemos um momento disruptivo, com informações cada vez mais rápidas, abrangentes e pulverizadas, provocando profundas transformações nas relações humanas e na comunicação. Tecnologias poderosas trazem à palma da mão o acesso a uma infinidade de dados de diferentes fontes. Mas o que poderia ser uma vantagem para informar e conscientizar as pessoas, acabou se tornando um desafio. O contrassenso da desinformação se dá justamente pelo mau uso dos meios, sobretudo os digitais. Diante desse cenário, a campanha Outubro Rosa 2024 da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) tem como principal mote o combate às fake news sobre o câncer de mama.

A estimativa da SBM é de que o número de novos casos da doença no país deva chegar a 74 mil até o final do ano. De forma inédita, a SBM se uniu a outras sete associações médicas para ampliar o impacto da campanha. As sociedades brasileiras de Oncologia Clínica, de Radioterapia, de Genética Médica, de Cirurgia Oncológica, o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia Obstetrícia (Febrasgo) fazem parte do consórcio para disponibilizar informações de qualidade para a população, através do site juntossomosmaisfortes.org.br.

Outra abordagem no foco do debate é o “rejuvenescimento” da doença no Brasil. A SBM aponta que 30% das mulheres diagnosticadas com câncer de mama têm entre 40 e 50 anos de idade. Desta forma, a entidade considera imperativo que o Ministério da Saúde reveja a idade mínima para o início do rastreamento do câncer de mama aos 40. De acordo com o Panorama do Câncer de Mama, painel interativo aberto a médicos, gestores e sociedade civil que reúne informações sobre o SUS, entre 2015 e 2022 mulheres de 40 a 49 anos tiveram diagnóstico tardio em 39,6% dos casos. A faixa etária considerada de risco (entre 50 e 69 anos) responde por 35,3%.

Pensando em envolver um público mais jovem, a campanha da SBM neste ano também ganhou uma aliada de peso, a Turma da Mônica. A amada personagem de Mauricio de Sousa troca o icônico vestidinho vermelho pelo rosa e aparece ao lado de sua mãe, dona Luísa, como forma de mostrar o papel do entorno da mulher para apoiá-la na prevenção e detecção precoce da doença, reforçando a importância de procurar orientação médica e fazer exames anualmente.

O dia 19 de outubro é o Dia Internacional de Combate ao Câncer de Mama, principal causa de mortalidade de mulheres por câncer no Brasil. E a mensagem da SBM é clara: o câncer de mama tem cura! É necessário que cada um faça a sua parte, para que juntos possamos combater a doença. Dificultar o entendimento sobre o que é fato e o que é inventado, fazer desacreditar da ciência, acaba levando muitas pessoas a não buscarem o diagnóstico ou negarem um atendimento médico adequado. Por isso, a nossa principal arma é a informação.