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Publicado em 20 de novembro de 2024 às 10:46
Há um ano, o governo da Bahia sancionou o programa Bahia Sem Fome, promovendo uma promessa que, desde então, ecoa em cada canto do estado: combater a fome e melhorar a vida dos baianos mais necessitados. Esse programa foi lançado com uma narrativa forte, como uma grande resposta do governo Jerônimo Rodrigues à crise alimentar, um mal que assola muitas famílias baianas.
O programa se tornou, rapidamente, o carro-chefe do governo, com a promessa de ser a principal política pública da gestão atual para transformar o cenário da fome e da pobreza. No entanto, ao olharmos para trás e refletirmos sobre o primeiro ano do Bahia Sem Fome, a pergunta que surge é: o que foi realmente feito até agora?
De acordo com o governo, o programa recebeu um aporte financeiro de R$ 32 milhões, valor que, em teoria, deveria proporcionar impactos visíveis e significativos na redução da fome em nosso estado. O governador Jerônimo Rodrigues afirmou, inclusive, que o número de pessoas passando fome na Bahia teria sido reduzido pela metade. Essa seria uma conquista impressionante, sem dúvida. Mas, como cidadãos, precisamos saber: onde estão os dados concretos que sustentam essa afirmação? Quantas pessoas foram efetivamente beneficiadas? E o mais importante, quem são essas pessoas? Aonde estão? Quais motivos as colocaram nessa situação? Foram questões regionais, locais, pessoais, educacionais ou outro motivo? Como combater esses motivos? E finalmente, quantas famílias, de fato, saíram da linha da fome e da extrema pobreza?
Além disso, é fundamental questionar onde e como esses recursos foram aplicados e quais cidades foram priorizadas. Quais são as áreas mais afetadas pela fome, e como o governo identifica essas regiões para alocar os recursos de maneira mais eficiente? Até agora, pouco se falou sobre as regiões mais vulneráveis e os critérios de seleção para a distribuição dos benefícios. Essas informações são essenciais para que a população possa avaliar a eficácia e a transparência do programa. Afinal, estamos falando do uso de recursos públicos para lidar com um problema urgente. E a fome é uma questão de extrema urgência, que exige respostas rápidas e transparentes, não apenas promessas e discursos.
Esse é o principal programa do governo Jerônimo Rodrigues, e é justo que cobremos resultados concretos. Se o Bahia Sem Fome falhar, o impacto não será apenas na credibilidade de uma administração estadual, mas na vida de milhares de baianos que dependem dessa política para sobreviver. Um ano após o lançamento, as promessas precisam sair do papel e se transformar em resultados palpáveis. Sem isso, o programa arrisca se tornar apenas mais um símbolo de discursos vazios em meio à urgência da fome que não espera. A Bahia merece mais do que promessas - merece soluções reais.
Tiago Correia é deputado estadual pelo PSDB