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Acolhimento na educação infantil

Escutar não é ceder a todos os desejos, mas encontrar um equilíbrio entre acolhimento e orientação, oferecendo uma base segura para que a criança possa se expressar

Publicado em 4 de fevereiro de 2025 às 05:00

A adaptação das crianças ao ambiente escolar exige uma relação mútua de flexibilidade entre criança e escola, promovendo a construção de um vínculo positivo e duradouro. Esse processo exige que a escola acolha e se adapte às necessidades de cada criança, reconhecendo suas especificidades e ritmos de desenvolvimento.

Para acolher genuinamente a criança, é fundamental reconhecer a grandeza do desafio. Ao ingressar na escola, ela enfrenta simultaneamente vários processos de adaptação: ao novo espaço, às novas pessoas e a uma nova rotina.

Para compreender e respeitar plenamente a criança, é essencial escutá-la de maneira ativa e atenta. A escuta ativa permite ao educador observar, dialogar e refletir sobre os sinais e as linguagens que a criança utiliza para expressar suas emoções e desconfortos. Nesse contexto, a “birra” não deve ser vista apenas como um comportamento a corrigir, mas sim como uma forma de comunicação, uma expressão de desconforto diante de sentimentos que a criança ainda não consegue nomear ou organizar.

Escutar não é ceder a todos os desejos, mas encontrar um equilíbrio entre acolhimento e orientação, oferecendo uma base segura para que a criança possa se expressar com confiança. A escuta ativa combina firmeza com afetividade ao impor limites.

O acolhimento não se limita ao ato de receber a criança; ele envolve também suas famílias. As atividades de boas-vindas e integração são estratégias que ajudam a promover essa sensação de segurança e favorecem a construção de laços de confiança entre família, escola e criança.

A educação infantil é essencialmente pautada no brincar, no jogo simbólico e nas interações sociais, práticas que constituem o centro da proposta pedagógica para essa idade. A aprendizagem é concebida a partir do tripé: desenvolvimento cognitivo, psicomotor e socioafetivo, formando a base para a construção de uma educação integral e inclusiva.

Ao ingressar na escola, a criança não apenas adquire conhecimentos, mas também constrói seu senso de coletividade, desenvolve a capacidade de expressar seus desejos e forma sua personalidade em interação com o outro. A escola é um espaço culturalmente rico, onde ela acessa diferentes formas de ser e estar no mundo, seja por meio da fala, dos gestos, dos desenhos ou da escrita. Esse ambiente multicultural promove a diversidade e incentiva a empatia, ajudando-a a se reconhecer como um ser social, parte de uma comunidade e do mundo.

Portanto, ao promover uma adaptação escolar que prioriza o acolhimento e a escuta ativa, a escola cria um ambiente onde a criança não apenas aprende, mas aprende a conviver e a se desenvolver de forma plena e integrada.

Virginia Mustafa Lucas, pedagoga especializada em psicopedagogia, gestão e psicomotricidade