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Tapete branco manchado: Filhos de Gandhy desfilam após acusações de transfobia: 'Ofensivo e irreparável'

Bloco arrastou foliões pelas ruas do Pelourinho neste domingo (02)

  • Foto do(a) author(a) Anna Luiza Santos
  • Anna Luiza Santos

Publicado em 2 de março de 2025 às 18:57

Filhos de Gandhy
Filhos de Gandhy Crédito: Marina Silva/CORREIO

Alfazema borrifada no calor da avenida, guia de Ogum no pescoço e o turbante branco na cabeça. Foi assim que pelo 76º ano o Bloco de Afoxé Filhos de Ghandy desfilou e celebrou as religiões de matrizes africanas no domingo (02) de Carnaval.

O trajeto do desfile saiu da sede do Afoxé no Pelourinho, onde foi realizado o Padê, ritual do candomblé feito para Exú para pedir proteção. Seguindo em direção ao Campo Grande, o Bloco neste ano carregou o tema 'Ogum: Senhor do Ferro, dos Metais e da Tecnologia'.

O mar azul e branco repleto de bandeiras escritas "PAZ" invadiu as ruas e levou junto os foliões e turistas curiosos que foram contagiados pela percussão afiada, religiosidade do bloco e também pelas polêmicas.

Apesar dos pedidos por serenidade e tranquilidade, o Afoxé Filhos de Ghandy foi acusado de transfobia após emitir um comunicado, na ultima segunda (24), vetando a participação de homens trans no bloco.

A decisão da agremiação foi denunciada no Ministério Público da Bahia (MP-BA) e, dias depois, eles voltaram atrás, retirando o termo cisgenero do estatuto.

Contudo, mesmo com a errata, a documento virou polêmica e dividiu opiniões dos foliões que acompanhavam o desfile.

No meio da multidão estava Maria Lúcia Menezes, professora de história e ativista do direito de pessoas trans. "Só o fato de ter existido um decreto que exclui homens transexuais de participar de uma manifestação cultural já é ofensivo e irreparável. Não adianta pedir desculpas e recuar na decisão apenas quando a crítica chega", disse Maria.

Pensando de outra maneira, Carlos Rogério Almeida, motorista de 45 anos e integrante do bloco há 10 anos afirma que a atitude da direção reflete a opinião de quem está associado ao Afoxé. "Não é porque Carnaval é clima de festa que não deve existir regras. Esse bloco representa a unidade masculina baiana e toda sua religiosidade", disse.

Já a comerciante Leila Silva discorda da opinião de Carlos Rogério e da medida publicada inicialmente pelos Filhos de Gandhy. "É triste ver um coletivo que prega a harmonia, a coletividade e a fé descriminar outras pessoas. Isso foi se esquecer dos próprios principais e da existência do Carnaval", defendeu.

O projeto Correio Folia é uma realização do jornal Correio com apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador