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Luiza Gonçalves
Publicado em 5 de março de 2025 às 05:30
Toda trabalhada na energia de gostosa, Ivete já começou o carnaval deste ano dando sinais de que seria uma festa inesquecível. Após um circuito um tanto turbulento em 2024, mas que, ainda assim, contagiou a todos com o hit Macetando, em 2025, o perfeccionismo estava em tudo que Mainha fez. Serviu looks, cativou os foliões com o bom humor e a ousadia de sempre e emplacou não uma, mas duas músicas que estiveram o tempo todo na boca do povo nos principais circuitos. >
A aposta inicial dela era Energia de Gostosa, lançada em dezembro de 2024, com seu refrão chiclete, dancinha e letra que exalta a autoestima da mulher. Porém, tudo mudou com o lançamento do EP O Verão Bateu em Minha Porta, em janeiro, que traz na faixa homônima uma mistura de frevo e axé music tradicional que desperta a nostalgia desses 40 anos de movimento musical.>
O novo hit se aproxima da sonoridade de sucessos do início dos anos 2000 de Ivete, como Empurra-empurra e Arerê, e traz um refrão explosivo, que incendiou a multidão, tanto no bloco Coruja, quanto na pipoca.>
Ivete Sangalo se apresentou na sexta, sábado e segunda de carnaval no circuito Dodô, com direito a abadás esgotados, comemoração do Oscar, pedido de casamento de fãs, flashback em canções do início da carreira nos anos 90 e companhia familiar no trio, com o filho Marcelo Sangalo na percussão. No figurino, muito brilho e beleza: azul fundo do mar no primeiro dia, macacão florido tropical no segundo, plumas e paetês laranjas, vermelhos e rosas para o terceiro dia.>
Na terça, encerrou com candy colors e tecidos fluidos. Na plateia, pluralidade de sotaques, idades e estilos, que lhe conferiam títulos de grandeza variados: “queridinha das monas”, “gente como a gente”, “rainha do coração de ouro”.>
Mainha deu com os dois pés na porta do verão e consagrou o hit espontâneo como música do Carnaval 2024, vencendo todos os prêmios de imprensa e abrindo dezenas de rodas de foliões enlouquecidos na Passarela Nelson Maleiro em sua última apresentação no Campo Grande, na terça-feira de carnaval. De cima da águia prateada que decorou seu trio, radiante com mangas de chiffon colorido e em meio a uma chuva de confetes, Ivete cantava sobre o lugar perfeito, onde o ano só tinha fevereiro. Passeando por sucessos como Cadê Dalila, Na Base do Beijo, O Mundo Vai e Cria da Ivete, era ovacionada com gritos de “maior cantora do Brasil”.>
“Não sei se sou a maior cantora do Brasil, porque a gente tem várias maiores. Mas, se eu sou a maior de vocês isso já me basta. Sou muito grata por essa oportunidade, por levar minha mensagem de amor e de alegria”, agradeceu a cantora, emocionada. >
No percurso, Ivete ainda prestou uma homenagem ao axé e ao samba-reggae, cantando clássicos como Haja Amor e Faraó, ressaltando a importância de nomes como Luiz Caldas, Sarajane e Neguinho do Samba, que lhe permitiram perpetuar hoje o que foi começado há décadas. “Privilégio é ser elogiado de onde você vem”, disse Ivete, expressando sua felicidade pelo reconhecimento dos baianos que param para vê-la em cena. Ontem, com a Castro Alves lotada, o sentimento era retribuído pelo mar de mãos que festejavam a dona do carnaval, que segue soberana e vibrante.>
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