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Eu não vou embora: foliões prometem ficar de virote para esperar o Arrastão da Quarta de Cinzas

Arrastão é tradição e encerra a folia soteropolitana

  • Foto do(a) author(a) Alan Pinheiro
  • Alan Pinheiro

Publicado em 4 de março de 2025 às 23:28

Amigos do bloquinho
Amigos do bloquinho "Resenha e Ressaca" prometem virar a noite esperando o Arrastão da Quarta de Cinzas Crédito: Alan Pinheiro/CORREIO

O Carnaval só acontece durante uma semana do ano. Com o espírito de aproveitar o momento para curtir, os foliões, turistas ou baianos, foram para o circuito Barra-Ondina nesta terça-feira (4) com o objetivo de virar a noite e ficar para o Arrastão desta quarta-feira (5).

O encerramento é uma tradição criada por Carlinhos Brown em 1995. O desfile ocorre na manhã seguinte ao último dia oficial do Carnaval e serve como ponto final para a folia.

Morador de Salvador, o estudante de 18 anos Reinan Amorim trouxe o primo de Curitiba para aproveitar o Carnaval na cidade. Para ele, parte dessa experiência é virar a noite para já curtir o arrastão. Essa será a quarta vez que Reinan vai repetir o feito.

"Eu vim mostrar a ele um pouquinho dessa cultura. Vamos ficar para o arrastão para ele sentir a verdadeira natureza do Carnaval. A gente vai ficar virado, no máximo da alegria", revelou.

Reinan e Elbert são primos  e querem aproveitar ao máximo o tempo restante de Carnaval
Reinan e Elbert são primos e querem aproveitar ao máximo o tempo restante de Carnaval Crédito: Alan Pinheiro/CORREIO

Vestindo a "pele do Camaleão", os dois não têm horário para voltar. No momento da entrevista com Reinan, o primo Elbert estendia o seu celular gravando vídeos da passagem de Bell Marques pelo circuito. Em meio a risadas de Reinan, o curitibano bradou que é o seu terceiro dia neste Carnaval e não precisou de preparação para aguentar a folia.

"Estou visitando Salvador pela primeira vez, curtindo muito, Carnaval é bom demais. Vou ficar aqui até o final da semana. Nem me preparei, só fiquei bebendo para preparar e chegar aqui no grau", deu o recado.

Bruna de Jesus Silva chegou na Barra por volta das 18h acompanhada por mais cinco pessoas e também com o objetivo de virar a noite para o Arrastão da Quarta-feira de Cinzas.

"Vim na intenção de emendar tudo, unir o útil ao agradável e amanhã tomar aquele velho banho de praia para curar a ressaca. Já virou tradição só sair daqui na quarta quando ninguém me quer mais", respondeu a moradora de Lauro de Freitas.

Na noite desta terça-feira (4), as ruas da Barra estavam mais vazias em relação aos primeiros dias de Carnaval. Apesar disso, foi possível ver bloquinhos montados por famílias ou amigos curtindo o último dia oficial de folia. Representando o bloco "Resenha e Ressaca", os amigos que formam o grupo explicam que virar a noite para ficar até o fim do Arrastão é tradição entre eles.

Bruno De Luca, de 26 anos, chegou às 19h30 no circuito e afirmou que vai passar quase 20 horas fora de casa. Com três copos cheios de cerveja na mão, o soteropolitano revelou que já tem um remédio preparado para caso a ressaca bater.

O soteropolitano acredita que a festa é a oportunidade dos foliões interagirem com quem faz os festejos funcionarem. "No arrastão, a gente consegue ter uma conexão maior com a galera que está trabalhando. Os ambulantes, os vendedores, etc. É uma festa mais tranquila para a gente conseguir terminar nossa cachaça", disse.

Já Matheus Ornelas, chamado carinhosamente de “Salsa” pelos amigos, explica que esse é o oitavo ano do bloco e, consequentemente, que ficam de "virote" na rua aguardando o início do arrastão. "Nosso bloquinho sai na quinta de Carnaval, mas aí todo mundo saiu junto hoje e estamos fazendo a ressaca do Resenha e Ressaca. É um bom bloquinho, só tem maluco", finaliza o homem de 31 anos.

O projeto Correio Folia é uma realização do jornal Correio com apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador