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Coordenadora das Filhas de Gandhy repudia troca do colar por beijo: 'Merecemos muito mais'

Tatiane Campelo explica por que desaprova prática implantada no afoxé masculino

  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Millena Marques

Publicado em 3 de março de 2025 às 21:09

Tatiana Campelo, coordenadora da ala de dança das Filhas de Gandhy
Tatiana Campelo, coordenadora da ala de dança das Filhas de Gandhy Crédito: Millena Marques/CORREIO

Ritual implementado no início dos anos 2000 no Carnaval de Salvador, a troca de um colar por beijo é adotada por parte dos Filhos de Gandhy até hoje. A prática, no entanto, gera controvérsias entre associados e foliões. Parte das Filhas de Gandhy, primeiro afoxé feminino do Brasil, repudia a ação.

Para a coordenadora da ala de dança das Filhas de Gandhy, Tatiana Campelo, 45, o ato envolve mais desrespeito do que uma simples tentativa de flerte. “Mesmo que seja uma brincadeira, eu acho que nós, mulheres, merecemos muito mais do que um colar. Nós merecemos um olhar, um acolhimento, um aquilombamento dos homens”, disse.

A arquiteta Eliane Peixoto, 52 anos, é Filha de Gandhy há mais de cinco anos e desaprova o ritual. Segundo ela, há um tratamento diferente entre homens e mulheres nos dois afoxés. “As mulheres são submissas, vêm atrás. As mulheres de Gandhy não podem adentrar nos filhos de Gandhy (na corda do afoxé), já os filhos de Gandhy podem entrar no nosso bloco”, disse.

Bloco Afoxé Filhas de Gandhy
Bloco Afoxé Filhas de Gandhy Crédito: Millena Marques/CORREIO

Sobre o ritual do flerte envolvendo as contas azuis e brancas, Elaine diz que não deveria existir. “A história do afoxé não vem com essa cultura de colar e beijo, ela vem da cultura ancestral, e não de troca de colar por beijo”, complementou.

Há integrantes do afoxé feminino que preferem não emitir uma opinião sobre o assunto. Caso de Graciele Miranda, 33 anos, que desfila com as Filhas de Gandhy pela primeira vez neste ano. “Não aprovo ou desaprovo porque é algo de cada um”, disse.

O Afoxé Filhas de Gandhy surgiu em 1979, 30 anos após o surgimento dos Filhos de Gandhy, o primeiro afoxé do país. “É muito importante que a gente traga blocos femininos para a Avenida, para que a gente continue buscando, não só a formação de toda a cultura, mas também o respeito dos homens para com as mulheres”, finalizou Tatiana.