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Marina Branco
Publicado em 2 de março de 2025 às 21:29
Brilhando em cima da multidão vestida de azul e branco, Claudia Leitte coloriu o circuito Barra Ondina com o trio Largadinho no domingo (2) de Carnaval. Com sucessos como sua aposta para música do Carnaval, “Eu, Fevereiro e Você”, e “Frevo Mulher”, a cantora animou a avenida.>
Vindo de uma estreia complicada na quinta-feira (27), marcada por vaias quando foi chamada ao palco por Carlinhos Brown, Claudinha vem dividindo opiniões no Carnaval de Salvador. A polêmica se deve, principalmente, a acusações de racismo religioso, circulando desde que ela cantou a música “Caranguejo” mudando a letra.>
Ao invés de cantar “Saudando a rainha Iemanjá”, ela cantou “Eu canto ao meu Rei Yeshua”, fazendo uma referência a Jesus em hebraico. A troca foi mal vista por muitas pessoas, que protestaram contra a cantora no início do Carnaval.>
No circuito do domingo, a presença maior era dos fãs que a apoiam, e desceram o bloco Largadinho com ela. É o caso de Danilo, 25, e Luiz Felipe, de 22 anos. Juntos, os dois foram curtir o trio da cantora.>
“A energia dela é surreal. Ela puxa um trio como ninguém, é a melhor puxadora que tem. É incontestável”, comentam.>
Para eles, as vaias direcionadas a ela no primeiro dia foram desnecessárias: “A internet sempre tem essa maldade do cancelamento, sempre tentam cancelar ela, e agora trouxeram isso para o Carnaval”, afirmam.>
“Foi desnecessário, porque ela é uma artista e independente de qualquer coisa tem que ser respeitada. Se não gosta, não vá. Se você não quer ver o show dela, tem muitas outras ruas para você ficar e se distrair enquanto ela passa”, opinaram.>
“As pessoas precisam deixar que os outros expressem o que querem, independentemente do que acreditam ou não. Cláudia faz o trabalho dela e as pessoas têm que aceitar. Se não aceita, pode sair”, concluíram.>
Para Leonardo Martins, 26, e Valter Guimarães, 39, vindos de São Paulo para acompanhar o trio da cantora, a parte profissional pode ser separada das crenças, e a admiração pela artista, mantida. “O que ela fez, de trocar a letra, é de mau gosto, não é legal, mas como uma artista que está entretendo no trio, ela funciona super”, comentaram.>
“Não faria igual, mas acho que a gente tem muitas coisas para lutar, então às vezes passa pano para algumas coisas. Não concordo com ela, mas a gente não faz a mesma coisa com artistas masculinos”, continuaram.>
“Não precisava (trocar a letra), mas ela era a intérprete e tem esse direito, essa liberdade de professar a fé dela dentro da música. Talvez seja errado, mas paciência”, finalizaram.>
No final, o que vale é a energia do trio. Para eles, o Largadinho “é o que você não para do começo ao fim, não fica cansado”.>
Além disso, tem sempre o motivo mais descontraído para seguir o trio de Claudinha. Muita gente vai não só pelo talento e energia da artista, mas também por ser um bloco de “muito macho bonito”, como contam Rafael, 39, e Eduardo, 40, estreantes no bloco da artista.>
No trio, a cantora esbanjou simpatia e alegria, cantando com todos os foliões e sorrindo para o povo nos camarotes e na pipoca.>