Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Anna Luiza Santos
Publicado em 5 de março de 2025 às 05:00
Aos 72 anos e com fôlego de dar inveja na juventude, o fenômeno Bell Marques fez nove shows durante os 6 dias oficiais do Carnaval de Salvador. Contabilizando mais de 40 horas de apresentações, o cantor comandou 3 blocos e quebrou tudo com seus sucessos em 3 shows nos camarotes.>
Do Circuito Dodô ao Osmar, o baiano mantém o pique com sua clássica bandana, a guitarra e o carisma que tira a multidão do chão. >
Nesta terça-feira (04), último dia do Carnaval 2025 na capital baiana, Bell revelou para a Barra-Ondina como arranja tanta disposição.>
“No começo, eu sempre fico tenso, com medo de falhar, de decepcionar. Mas, quando chego aqui e vejo essa multidão linda, eu fico tranquilo e tudo flui naturalmente”, confessou para o público do Bloco Camaleão.>
Os seus fãs fiéis não mostram cansaço ou desânimo quando ouvem o chorinho da guitarra elétrica. E talvez esse seja o maior elemento da sua fórmula mágica do sucesso para uma carreira consolidada de 46 anos.>
Em entrevista, Bell contou qual característica na sua arte mantém o carinho dos mais velhos e cativa os mais novos.>
“Atravessar gerações não é fácil. Alguns fatores que ajudaram e continuam importantes é que minha música é muito positiva, fala de amor sempre. Penso que isso atrai os jovens que gostam de uma vibe bacana”, diz.>
Ao CORREIO, ele detalha como esse elo é importante para sua carreira. “Eu sempre fui muito jovem na minha forma de enxergar o mundo. É a história com os fãs, independente da idade, que tem sempre uma conexão com minha trajetória, que deixa tudo mais especial”. >
Os eternos chicleteiros espalhados pelas ruas e avenidas carregam cartazes, bonecos com bandanas e também levam quem ocupa um espaço especial no coração para transmitir as mensagens do cantor. Na multidão, o motorista Paulo Pedro Mathias, de 51 anos, acompanha Bell há 25 carnavais. >
“A música de Bell é alegria, celebração e motivação. Elas me botam pra pular, sorrir e me declarar. Quando pedi minha esposa em casamento, coloquei ‘Menina Me Dá Seu Amor’ pra tocar”’, relembra.>
Acompanhado do filho, João Pedro Mathias, de 18 anos, Paulo fala que o afeto musical é algo que ele quer passar para seus descendentes. “Trago ele desde pequeno pra acompanhar Bell. Quero que ele tenha memórias boas do Carnaval, recebendo amor da família e, quando eu não estiver mais aqui, quando ele ouvir Bell Marques, serão essas boas histórias que ele vai guardar na mente”, declara.>
Lucas Neto Cerqueira, de 35 anos, relata que cresceu ouvindo Bell no rádio e vendo o pai, falecido há 15 anos, apaixonado pelas canções. “Em casa só tocava os sucessos do Chiclete com Banana, era até enjoar. E hoje em dia é impossível ouvir e ver Bell passar e não se lembrar do meu ‘velho’. As músicas dele tocam nesse lugar mais sentimental e resgata um passado que não volta mais”, confessa emocionado.>
O projeto Correio Folia é uma realização do jornal Correio com apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador>