Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Gilberto Barbosa
Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 07:00
O Carnaval de Salvador atrai turistas de diversos locais do Brasil e do mundo. Milhões de pessoas passam pelos três circuitos da folia durante os seis dias de festa. Entre os foliões, estão aqueles que preferem curtir a folia nos blocos e nos camarotes. Para 2024, a expectativa é que as vendas de abadás cresçam cerca de 25%.
Essa é a terceira vez que o nutricionista sergipano, Igor Costa, 30, vai para o Carnaval de Salvador. Antes de ir para a Bahia, ele passava a época em outros estados. Em 2020, veio para a capital baiana e se apaixonou pela folia. Nesse ano, ele vai com um grupo de amigos e comprou os ingressos com bastante antecedência nesse ano. "Eu comprei o primeiro ingresso em março do ano passado, quando abriram as vendas e os outros eu comprei em agosto. Nesse ano o preço subiu um pouco, mas para mim é um investimento. Geralmente vamos numa pipoca na quinta e depois ficamos em blocos ou em um camarote", disse.
Segundo o sócio-diretor da Quero Abadá, Vitor Villas Bôas, a expectativa para esse ano é que as vendas aumentem entre 15% e 20%. "2023 foi um ano muito bom com a volta da pandemia e a expectativa é que esse ano seja ainda melhor. Ano passado ainda tinha um resquício da pandemia, então algumas pessoas ficaram com um receio de multidão. Para esse ano, o turista conseguiu se preparar melhor e comprar passagem e hospedagem com mais antecedência", afirmou.
Na Central do Carnaval, as vendas no último mês de janeiro representaram um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar disso, os números ainda estão abaixo do período pré-pandemia. "Com a pandemia, alguns produtos que existiam no Carnaval ainda não voltaram. Camarotes deixaram de existir e outros blocos estão saindo menos dias", afirmou o presidente, Joaquim Nery.
No ponto de vendas do projeto Samba Vivo é possível encontrar abadás para blocos de índio e de matriz africana. A coordenadora do projeto, Cristiane Santana, conta que as vendas aumentam com a proximidade da folia. "O ritmo ainda está parecido com o ano passado, mas a procura tem crescido nos últimos dias. Nós abrimos um novo ponto na Casa Vale do Dendê, no Pelourinho, buscando essa melhora com a chegada dos turistas. A gente espera que as vendas aumentem 30% na próxima semana, o que é necessário para a vida financeira dos blocos".
A relação de Diuliane Silva, 35, com o carnaval é antiga. A paulista ia com os pais para a folia ainda na infância. Em 2017, ela conheceu o carnaval de Salvador e desde então, sempre viaja para a folia baiana. Ela alterna entre os blocos pagos e a pipoca. "Eu comprei quatro blocos online e nos outros dois dias que eu não consegui, eu vou tentar presencialmente. Se não conseguir, eu vou ficar na pipoca mesmo", afirmou.
A proximidade da folia e a chegada dos turistas movimentam os balcões. Segundo Vitor, a Quero Abadá espera vender cerca de 80 mil ingressos para os foliões. "Além dos pontos de venda no shopping Paralela, nós temos uma loja no aeroporto, que também faz a entrega para quem chega de avião e abrimos um stand no porto de Salvador, na segunda e na terça-feira, exclusivo para os clientes que vêm de navio", disse.
Joaquim conta que para esse ano, a Central do Carnaval espera vender 60 mil abadás, um aumento em relação as 55 mil vendas de 2023. "Esse será o primeiro carnaval que teremos sem o impacto da pandemia. Isso é perceptível nas festas pré-carnavalescas, no verão de Salvador. Salvador se tornou mais uma vez uma cidade muito desejada, que os turistas querem visitar e isso tem reflexo direto no carnaval".
Ele alerta para os cuidados que os foliões devem tomar para não cair em golpes. "O principal é comprar os abadás apenas nos pontos oficiais de vendas e nos sites de blocos e camarotes. É importante evitar comprar na mão de terceiros, porque não há uma garantia de autenticidade ou de propriedade do abadá", afirmou.
O Correio Folia tem apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador
*Com orientação da subeditora Fernanda Varela