Vendas de abadás de blocos e camarotes cresceram até 25%

A expectativa é que as vendas aumentem até 30% na próxima semana

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  • Gilberto Barbosa

Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 07:00

Entrega de abadás para o Carnaval de 2023
Entrega de abadás para o Carnaval de 2023 Crédito: Paula Fróes/Arquivo CORREIO

O Carnaval de Salvador atrai turistas de diversos locais do Brasil e do mundo. Milhões de pessoas passam pelos três circuitos da folia durante os seis dias de festa. Entre os foliões, estão aqueles que preferem curtir a folia nos blocos e nos camarotes. Para 2024, a expectativa é que as vendas de abadás cresçam cerca de 25%.

Essa é a terceira vez que o nutricionista sergipano, Igor Costa, 30, vai para o Carnaval de Salvador. Antes de ir para a Bahia, ele passava a época em outros estados. Em 2020, veio para a capital baiana e se apaixonou pela folia. Nesse ano, ele vai com um grupo de amigos e comprou os ingressos com bastante antecedência nesse ano. "Eu comprei o primeiro ingresso em março do ano passado, quando abriram as vendas e os outros eu comprei em agosto. Nesse ano o preço subiu um pouco, mas para mim é um investimento. Geralmente vamos numa pipoca na quinta e depois ficamos em blocos ou em um camarote", disse.

Segundo o sócio-diretor da Quero Abadá, Vitor Villas Bôas, a expectativa para esse ano é que as vendas aumentem entre 15% e 20%. "2023 foi um ano muito bom com a volta da pandemia e a expectativa é que esse ano seja ainda melhor. Ano passado ainda tinha um resquício da pandemia, então algumas pessoas ficaram com um receio de multidão. Para esse ano, o turista conseguiu se preparar melhor e comprar passagem e hospedagem com mais antecedência", afirmou.

Igor Costa no Carnaval 2023
Igor Costa no Carnaval 2023 Crédito: Arquivo Pessoal

Na Central do Carnaval, as vendas no último mês de janeiro representaram um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar disso, os números ainda estão abaixo do período pré-pandemia. "Com a pandemia, alguns produtos que existiam no Carnaval ainda não voltaram. Camarotes deixaram de existir e outros blocos estão saindo menos dias", afirmou o presidente, Joaquim Nery.

No ponto de vendas do projeto Samba Vivo é possível encontrar abadás para blocos de índio e de matriz africana. A coordenadora do projeto, Cristiane Santana, conta que as vendas aumentam com a proximidade da folia. "O ritmo ainda está parecido com o ano passado, mas a procura tem crescido nos últimos dias. Nós abrimos um novo ponto na Casa Vale do Dendê, no Pelourinho, buscando essa melhora com a chegada dos turistas. A gente espera que as vendas aumentem 30% na próxima semana, o que é necessário para a vida financeira dos blocos".

A relação de Diuliane Silva, 35, com o carnaval é antiga. A paulista ia com os pais para a folia ainda na infância. Em 2017, ela conheceu o carnaval de Salvador e desde então, sempre viaja para a folia baiana. Ela alterna entre os blocos pagos e a pipoca. "Eu comprei quatro blocos online e nos outros dois dias que eu não consegui, eu vou tentar presencialmente. Se não conseguir, eu vou ficar na pipoca mesmo", afirmou.

Diuliane com os amigos no carnaval de Salvador
Diuliane com os amigos no carnaval de Salvador Crédito: Arquivo Pessoal

A proximidade da folia e a chegada dos turistas movimentam os balcões. Segundo Vitor, a Quero Abadá espera vender cerca de 80 mil ingressos para os foliões. "Além dos pontos de venda no shopping Paralela, nós temos uma loja no aeroporto, que também faz a entrega para quem chega de avião e abrimos um stand no porto de Salvador, na segunda e na terça-feira, exclusivo para os clientes que vêm de navio", disse.

Joaquim conta que para esse ano, a Central do Carnaval espera vender 60 mil abadás, um aumento em relação as 55 mil vendas de 2023. "Esse será o primeiro carnaval que teremos sem o impacto da pandemia. Isso é perceptível nas festas pré-carnavalescas, no verão de Salvador. Salvador se tornou mais uma vez uma cidade muito desejada, que os turistas querem visitar e isso tem reflexo direto no carnaval".

Ele alerta para os cuidados que os foliões devem tomar para não cair em golpes. "O principal é comprar os abadás apenas nos pontos oficiais de vendas e nos sites de blocos e camarotes. É importante evitar comprar na mão de terceiros, porque não há uma garantia de autenticidade ou de propriedade do abadá", afirmou.

O Correio Folia tem apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela