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Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2024 às 15:19
Famosas pelos desconfortos causado às foliãs durante o Carnaval, as pistolas de água sairão de cena. Será regulamentada nessa segunda-feira (29) a lei que proíbe, na Bahia, a utilização de pistolas de água e similares durante o carnaval e festas de rua. A proibição tem como objetivo garantir a segurança e o bem-estar de todas as pessoas, coibindo práticas de misoginia e machismo. A utilização de pistolas de água é definida como todo artefato, artesanal ou não, que dispare água ou outros líquidos. >
Os blocos, agremiações e demais organizações deverão adotar medidas para impedir a utilização das pistolas de água por seus foliões ou associados, por meio de campanhas educativas e adoção de penalidades aos infratores. Além disso, os organizadores de eventos privados deverão seguir as orientações expedidas pela Secretaria de Políticas para as Mulheres e Secretaria de Segurança Pública, que irão trabalhar conjuntamente para o recolhimento dos artefatos dos circuitos.>
O decreto estabelece que durante o Carnaval e festas de rua, as pessoas portando pistolas de água serão orientadas a entregar os artefatos nos portais de abordagem ou nos locais indicados pela Secretaria de Políticas para as Mulheres. A secretaria também promoverá o recolhimento das pistolas de água descartadas e serão encaminhadas para cooperativas de reciclagem, preferencialmente lideradas por mulheres.>
A Secretaria de Políticas para as Mulheres poderá celebrar acordos com os órgãos de fiscalização municipais e estaduais para promover ações conjuntas de fiscalização e cumprimento do decreto. Os órgãos especiais vinculados à Secretaria de Segurança Pública prestarão o apoio necessário ao cumprimento do disposto no decreto.>
A regulamentação da lei busca assegurar uma folia segura para as mulheres, que representam mais da metade dos foliões durante o Carnaval de Salvador. A medida visa prevenir e enfrentar a violência de gênero, repudiando os atos de misoginia e garantindo o direito ao lazer e cultura sem violência.>
Secretária de Políticas para as Mulheres, Elisângela Araújo destaca que as mulheres representam mais da metade dos dois milhões de pessoas que participam da maior festa de rua do mundo. E que o uso inadequado das pistolinhas de água acabava intimidando, constrangendo e retirando cada vez mais mulheres dos espaços públicos. >
"Quero lembrar que a pistolinha de água deixa de ser um simples brinquedo inocente quando utilizado para cercar, pressionar e intimidar mulheres nos circuitos durante os dias da festa, inclusive, para que cedam aos desejos dos homens. Estamos felizes com a regulamentação do decreto da Lei, e não vamos mais tolerar esse tipo de violência. Com total apoio da Segurança Pública do nosso estado e com a determinação do nosso governador Jerônimo, sairemos às ruas para fiscalizar e recolher as pistolas de água. Todo o material recolhido será encaminhado às cooperativas de reciclagem preferencialmente lideradas por mulheres”, defendeu.>
A lei>
O projeto que gerou a lei havia sido proposto pela deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), após o Carnaval de 2023. Na ocasião, casos como o de uma foliã que foi encurralada e agredida por integrantes do bloco As Muquiranas foram motivo de revolta. Nas redes sociais, muitas mulheres se uniram aos pedidos pelo fim do uso dos utensílios. A lei havia sido aprovada pela Assembleia Legislativa em maio do ano passado.>
De acordo com o texto da nova legislação, blocos, agremiações e demais organizações devem impedir o uso desses artefatos através de campanhas educativas e da adoção de penalidades ao infratores. Além disso, o estado fica autorizado, a partir de agora, a regulamentar a aplicação de multas e mais penalidades em casos de descumprimento da lei.>
O Correio Folia tem apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador>