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Wendel de Novais
Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 05:00
Para quem vivia inquieto pelo destino do Carnaval do Centro de Salvador, nos circuitos Osmar [Campo Grande] e Batatinha [Pelourinho], a edição da folia em 2024 seguiu dando sinais de uma revitalização da festa onde ela nasceu, assim como foi em 2023. Mesmo com os principais blocos e camarotes da folia no Barra-Ondina, de acordo com o sistema de Reconhecimento Facial (RF) da Secretaria de Segurança do Estado da Bahia (SSP), 3,8 milhões de pessoas apareceram nos dois circuitos mais antigos durante a festa, sendo 3,1 milhões no Osmar e 750 mil no Batatinha.
Na segunda-feira (12) de Carnaval, inclusive, com 861 mil no Campo Grande e 213 mil no Centro Histórico de Salvador (CHS), os circuitos conseguiram bater o Dodô, que registrou 893 mil foliões passando por seus portais de acesso. Enquanto fez o balanço do Carnaval, divulgando os principais números da festa, o prefeito Bruno Reis comemorou os números e destacou como legado de sua gestão o fortalecimento da folia na Avenida e uma marca que não se via há 15 anos.
"O Carnaval deste ano consolidou um movimento de resgate e valorização da festa no Centro. Quando a gente soma o público dos circuitos Osmar [Campo Grande] e Batatinha [Pelourinho], na segunda teve mais gente em relação ao que foi registrado no Dodô [Barra]. Isso não acontecia há 15 anos. Acabamos com a pergunta sobre o destino do circuito onde tudo começou, com nosso esforço para trazer de volta atrações como Ivete e Durval para a Avenida”, fala o gestor.
Ivete Sangalo desfilou no Campo Grande na terça-feira (13), puxando um trio sem cordas. Já na concentração, a cantora baiana dimensionou a empolgação: "Último dia com cara de primeiro, porque eu tô com fogo no corpo", disse. Já no trecho da Avenida Sete, Veveta desceu do trio e empolgou os foliões puxando o trio do chão. Procurada para a comentar a emoção de sair sem cordas na Avenida, a assessoria informou que ela não estava disponível para falar nesta quarta (14).
Assim como Veveta, Saulo Fernandes, Durval Lelys, Daniela Mercury, Xanddy Harmonia, o Olodum e a Timbalada saíram com as pipocas na terça-feira. Na segunda, dia em que a Barra foi superada, o Campo Grande recebeu dez trios sem cordas. Além do investimento no Circuito Osmar, a Prefeitura contou com apresentações musicais em 22 espaços alternativos, sendo 11 deles apenas no Centro Histórico da Capital e as outras 11 em bairros fora do circuito oficial. Mais de 500 atrações subiram nesses espaços, que tiveram mais de 900h de música.
Na terça-feira, por exemplo, o Batatinha precisou ter o acesso interrompido por conta do volume de pessoas, mesmo na última noite oficial de folia, o que foi destacado por Bruno Reis. "Por um lado, no sábado da Barra, houve a suspensão do acesso. No entanto, ontem tivemos que suspender também no Pelourinho, diante da quantidade de gente que tinha. Temos, porém, soluções para serem dadas nesses dois casos e garanto que ano que vem, caso eu seja o prefeito, isso não irá ocorrer”, disse o gestor.
Antes das lotações na segunda e na terça, houve também uma diversidade de atrações no domingo (11), a começar das pipocas infantis de Carla Perez e de Tio Paulinho. Após o momento da criançada, teve trios sem cordas de Léo Santana, Psirico e Lincoln, além de atrações também gratuitas do pagode, com A Dama e Oh Polêmico. E ainda houve tempo para a pipoca de Carlinhos Brown.
Apesar de classificar como sucesso o plano de atrair mais atrações para o Centro, Reis admitiu a necessidade de intensificar o projeto de valorização dos circuitos mantendo as atrações nos dias principais [domingo, segunda e terça] e antecipando grandes nomes para o sábado de Carnaval. Ele, entretanto, afirmou que se trata de uma missão logística complicada pela forma com que os blocos privados estão organizados dentro da folia soteropolitana.
“Há uma concentração muito grande na Barra [durante o fim de semana], em especial, porque os blocos privados estão com as principais atrações lá. Então, o desafio de trazer atrações de peso para aqui no sábado, que mobilizem e que puxem a galera, dividindo melhor o público. [...] A dificuldade é contratar artistas locais para se apresentar, tendo em vista que eles estão tocando nos blocos. Porém, a gente vai se reinventar e conseguir atrações que mobilizem os foliões”, completa Reis.
O Correio Folia tem apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador.