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Fafá de Belém enaltece apresentação ao lado de Daniela Mercury: "É a rainha do Carnaval"

Fafá e Daniela puxaram a Pipoca da Rainha no Circuito Osmar, nesta quinta-feira (8)

  • M
  • Millena Marques

Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 21:57

Convidada de Daniela Mercury para o primeiro do Carnaval de Salvador, no Campo Grande, Fafá de Belém fala sobre o encontro com a Rainha do Axé nesta quinta-feira (8): "São duas mulheres potentes, livres e que se manifestam com a certeza do que pensam e respeitam. Quando a voz de uma mulher ecoa falando de liberdade, pertencimento e abraço, não há quem segure", disse Fafá. A dupla puxa a Pipoca da Rainha, no tradicional Circuito Osmar.

Pipoca da Rainha foi marcada por carinho e emoção no encontro entre Daniela Mercury e Fafá de Belém Crédito: Ana Albuquerque/CORREIO

Um atraso de quase duas horas se torna pequeno quando duas gigantes da música brasileira soltam a voz em cima do trio elétrico. Daniela Mercury e Fafá Belém provaram isso no primeiro dia do Carnaval de Salvador, nesta quinta-feira (08), no Circuito Osmar (Campo Grande). A demora causada por problemas técnicos no caminhão causou certa impaciência nos fãs, mas quando elas começaram a cantar, o encontro das duas potências se consagrou como um dos mais alegres e significativos até aqui e mostrou que a folia deste ano promete.

Vestida pelo estilista Eduardo Amarante, Daniela surgiu com um vestido rosa deslumbrante e uma capa de mesma cor – o figurino definido como “OxumMaria”. Ao iniciar a Pipoca da Rainha, a artista soltou a voz interpretando “Exalou”, canção lançada em 2020, no álbum Perfume.

Em frente ao Camarote da Prefeitura, montado na praça do Campo Grande, a eterna Rainha do Axé recebeu Fafá de Belém. Foi ao som de “Filho da Bahia”, composição de Walter Queiroz para a primeira versão da novela Gabriela, que as duas artistas começaram a encantar os foliões juntas.

A cantora paraense surgiu com o vozeirão singular, reconhecível em qualquer lugar do país, vestida com um maiô branco e um manto de crochê azul, representando Iemanjá. Após performar a celebração à baianidade na primeira música, a dupla embalou sucessos como “Vermelho”, canção celebrizada na vos de Fafá, e “Emoriô”, composição de João Donato.

“É uma honra estar aqui com a Rainha do Carnaval”, disse Fafá ao puxar a canção Emoriô. Por volta das 17h, a cantora conversou com a imprensa e ressaltou a felicidade por estar em Salvador e, especialmente, por se apresentar com Daniela no ano em que celebra os seus 50 anos de carreira musical.

“São duas mulheres potentes, livres e que se manifestam com a certeza do que pensam e respeitam. Quando a voz de uma mulher ecoa falando de liberdade, pertencimento e abraço, não há quem segure”, disse Fafá.

Pouco antes de iniciar a apresentação juntas, Daniela Mercury destacou o carinho e a admiração que sente por Fafá de Belém. “Ela é uma deusa da Música Popular Brasileira, me ensinou a cantar. Ela não veio aqui à toa. Ela vai subir no trio e vai ficar comigo o tempo inteiro”, disse, ressaltando que havia deixado claro para a artista paraense qual seria o repertório: “Eu disse para ela [Fafá], ‘o que você souber cantar, cante comigo’”, disse Mercury.

A apresentação ao lado de Daniela Mercury, em pleno Carnaval, é ainda mais nostálgica quando Fafá de Belém relembra o início da carreira profissional. Quando tinha apenas 18 anos, a paraense desembarcou em Salvador para iniciar aulas de artes cênicas no Teatro Vila Velha. Talvez, naquela época, Fafá não imaginasse que, no palco do mesmo teatro, ela faria seu primeiro show oficial, em 1975.

Há cerca de 50 anos, a cantora Fafá de Belém dava os primeiros passos para a consolidação de uma carreira artística no palco do Teatro Vila Velha, em Salvador. Foi em território soteropolitano que a paraense fez o seu primeiro show oficial. Prestes a comemorar o jubileu de ouro, Fafá retorna a Salvador de forma especial: convidada de Daniela Mercury, um dos maiores ícones do Axé Music, para o primeiro dia de Carnaval da cidade.

A história de Fafá em Salvador não se resume apenas às raízes da carreira profissional. Ainda em 1975, a artista paraense participou do Bloco Jacu, um dos mais antigos da Bahia. “Foi aqui que tudo começou, onde o amor pela música se encontrou com a paixão desse povo caloroso. Aceitar esse convite é como voltar para casa, onde cada nota ressoa com lembranças e sorrisos compartilhados”, afirma.

Com tanta emoção envolvida, a artista que leva Belém em seu nome chegou a brincar, dizendo não saber se a emoção lhe permitiria soltar a sua voz. “Eu vou chorar muito, vai ser uma confusão... Se a voz não sair, não vai ter problema, eu vou me emocionar. Vai ser lindo”, projetou antes. Cantou, festejou e encantou.

Fãs celebram encontro

O empresário Amauri Hermes, 34 anos, comemora a sua 11ª edição de Carnaval de Salvador. Natural de Ouro Preto e morador de Belo Horizonte, ambas cidades de Minas Gerais, Hermes é fã de Daniela Mercury há 20 anos e esbanjou felicidade pelo encontro entre a cantora baiana e Fafá de Belém.

“É um momento muito aguardado por todos nós, que somos fãs, que acompanhamos toda a carreira, todo o trabalho dela [Daniela Mercury]”, disse Amauri, ressaltando que sairá atrás do trio da Rainha do Axé durante todo o Carnaval – ao todo, Daniela Mercury fará seis desfiles durante a folia soteropolitana.

O empresário mineiro estava acompanhado de duas amigas, Flávia Ribeiro, 50, e Zuleide Vasconcelos, ambas de Recife. “Esse encontro entre Fafá de Belém e Daniela é maravilhoso. Apesar de cantarem um estilo de música diferente, as duas são maravilhosas e potentes vozes da música brasileira”, disse Zuleide, que é conhecida como Zu.

Uma das primeiras a chegar na concentração da pipoca, a pintora Vanny Nascimento, 52, disse que acompanha a carreira de Daniela há 30 anos. O que torna a cantora baiana especial para a artista? A capacidade de se reinventar. É assim que Vanny Nascimento descreve.

“Daniela é uma artista que sempre está se reinventando. Então, a gente nunca fica naquela mesmice. Por mais que ela cante os clássicos, os grandes sucessos, ela sempre vem com alguma inovação no carnaval. Ela é múltipla e ela abrange todas as culturas”, pontua.

Daniela ainda tem mais seis apresentações no Carnaval de Salvador: sexta (9) nos circuitos Dodô e Batatinha; sábado (10), domingo (11) e segunda (12) no Circuito Dodô novamente; e encerra a folia com no Campo Grande, na terça-feira (13).

O Correio Folia tem apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro.