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Elaine Sanoli
Publicado em 4 de fevereiro de 2024 às 23:31
O ano de 2024 marca uma comemoração especial para o bloco Olodum: o maior bloco afro de Salvador celebra 45 anos de história. E pela primeira vez na rica trajetória, o Olodum se apresentou no pré-carnaval de Salvador, no Furdunço, neste domingo (4). Além do quadragésimo quinto aniversário do bloco, 2024 celebra, ainda, a primeira década de existência da festa.
Liderando a festa de cima do trio, o cantor Narcizinho celebrou a quantidade de pessoas que foi até a avenida prestigiar o início das comemorações carnavalescas do bloco. “Pela primeira vez, Olodum no Furdunço, olha para aí: lotado, uma multidão de gente”, comenta. “[São] 45 anos de muita história, muito amor, muita luta, porque somos guerreiros e a gente está lutando e somos vencedores. São 45 anos de muita história. O Olodum está no coração de cada um, de cada pessoa que está aqui presente”.
A festa do Olodum na avenida contou com um convidado especial. O compositor de músicas do bloco, Marquinhos Marques, dividiu a alegria e o microfone com o vocalista durante todo o percurso. “É uma emoção muito grande ver a quantidade de pessoas que vieram aqui celebrar o Furdunço, celebrar o Carnaval, que já está em andamento, na verdade”, destaca o compositor de 'Girassol’. “É prazeroso demais estar aqui, não só no Furdunço, mas celebrando 50 anos de Bloco Afro, 50 anos do patriarca, o Ilê Aiyê”, finalizou.
Cantando sucessos de muitos carnavais anteriores, como “Vem meu amor” e “Várias queixas” a banda foi uma das principais atrações da tarde no circuito Orlando Tapajós. No meio da folia, estava quem não deixa de acompanhar o bloco há anos. “Eu curto Olodum desde o seu início, lá no Pelourinho. Quando a gente ia para gravar as músicas, não tinha nem celular ainda. Eu sou o que eles chamam de ‘Olodunico’: nós acompanhamos o Olodum desde o início da sua história”, conta o comerciante Luciano Rode, 50.
O amor pelo Olodum foi tamanho que Luciano decidiu gravar na sua própria pele o símbolo do bloco. “Eu queria marcar em mim todas as emoções que eu já tive, toda a minha passagem da juventude para a vida adulta, que foi acompanhando a banda, que era uma banda de conscientização, de luta contra o racismo, contra todas as desigualdades. E isso marcou muito a minha história”, relembra.
Em meio às batidas da percussão, o fã do Olodum conta que este ano não iria ao Furdunço, mas mudou de ideia assim que soube que o Bloco Afro seria uma das 52 atrações. “Era meu primeiro ano sem vir para o Furdunço, mas quando eu soube que o Olodum viria, eu acabei vindo. Vim acompanhar eles e depois vou embora”, diz.
Há cerca de três anos, a cozinheira Adriana Menezes, 34, também marca presença na festa. Neste ano, a participação do Olodum só reforçou o desejo de estar presente no pré-carnaval de Salvador. “Vim propriamente pelo Olodum. Amo essa banda desde os meus 21 anos”, diz. “Só quem é [fã] conhece a energia, que é de arrepiar. Quem gosta, sabe, e quem não gosta é bom aproveitar e vir conhecer, vai aprender a gostar também”, convida.
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