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'É preciso fazer de forma cuidadosa': pesquisador desaconselha implementação de câmeras em fardas de PMS no Carnaval

Câmeras estariam em funcionamento em Salvador no período da folia, mas governador informou atraso

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 16 de janeiro de 2024 às 06:00

Câmeras já foram implementadas na PM de São Paulo Crédito: Divulgação/Governo de São Paulo

O plano da gestão estadual de implementar as câmeras nas fardas dos PMS já no Carnaval de 2024 em Salvador, que foi cancelado pelo governador Jerônimo Rodrigues no último sábado (13), não seria a melhor forma para implantação da política. Pelo menos, é o que garante o pesquisador Sandro Cabral, que é professor de estratégia e gestão pública do Insper e da Ufba e tem trabalhos divulgados na área de segurança pública. O equipamento não vai estar nas fardas dos PMS porque não haveria tempo hábil para a chegada e a preparação para uso de 1,3 mil câmeras, que estavam previstas para chegar no início deste ano, mas não estão disponíveis por questões logísticas.

Ainda que as câmeras estivessem à disposição, Cabral não recomenda que o material começasse a ser usado no período festivo. "As câmeras precisam ser implementadas e o sucesso delas depende muito da forma como isso será feito. É preciso fazer de forma cuidadosa. O Carnaval não me parece ser o melhor momento porque a câmera é uma política pública perene. Então, implementar uma política no Carnaval, que é atípico em relação ao resto do ano, não me parece a melhor forma”, diz.

O pesquisador lembra que, além da necessidade de treinar os policiais com a tecnologia, há uma questão de adaptação cultural pelo fato de a câmera impor uma restrição na atividade policial que os agentes não estão acostumados. A Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) foi procurada para informar se houve treinamento dos PMS e em quantas companhias da PM ele aconteceu, mas não respondeu até o fechamento desta matéria. Cabral orienta ainda a criação de ‘unidades de tratamento e controle’ para observar e comparar os resultados nas ações policiais.

"Não é para jogar para a torcida, é uma política pública séria. Uma vez que as câmeras chegam, idealmente esse processo de implementação precisa ser feito com batalhões em condições semelhantes que terão câmera e outros que não terão. Isso porque você consegue se assegurar que o efeito na redução de crimes mortes se deve às câmeras e não a qualquer outro fator. É igual vacina: o laboratório faz grupos de tratamento e de controle, onde um não influencia o outro, e consegue se assegurar que a vacina é efetiva”, destaca Cabral, que analisou, em parceria com o pesquisador Gustavo Tavares, o mesmo processo na PM de São Paulo.

Uma fonte, que prefere não se identificar e acompanha de perto o processo de implementação das câmeras na PM da Bahia, informa, no entanto, que esse pode não ser o formato usado pela gestão estadual. A princípio, é possível que “cada batalhão da PM receba uma câmera” para uso. A SSP-BA ainda não detalhou a forma como a política será implantada.