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Publicado em 23 de março de 2020 às 20:46
- Atualizado há 2 anos
O Youtube decidiu, nesta segunda-feira (23), remover da plataforma um vídeo publicado por Olavo de Carvalho, guru do presidente Jair Bolsonaro. O conteúdo do vídeo colocava em dúvida a existência da pandemia de coronavírus no mundo. Somente no Brasil, mais de 1,8 mil pessoas foram infectadas e 34 vítimas já morreram, segundo o último boletim do Ministério da Saúde.
A rede social entendeu que o conteúdo publicado feria as diretrizes da plataforma. Em seu esforço para contribuir com o combate do coronavírus, o Youtube já havia informado que ira remover vídeos que violassem a política do site, o que inclui conteúdo que incentiva as pessoas a não procurarem atendimento médico ou que afirmem que substâncias nocivas podem ser benéficas para a saúde.
Até o momento, o guru bolsonarista ainda não se manifestou sobre o caso. No final de fevereiro, Olavo teve alta hospitalar após ter ficado internado por doença respiratória. O escritor, que mora nos Estados Unidos e dá cursos de filosofia pela internet, teve forte influência sobre o presidente e filhos com suas ideias conservadoras.
Twitter remove conteúdo de Flávio Bolsonaro
Também nesta segunda-feira (23), a rede social Twitter apagou publicações do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e do senador Flávio Bolsonaro (Sem partido - RJ), que mostravam um vídeo antigo do médico Dráuzio Varella, gravado em janeiro, sobre a crise do coronavírus. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a empresa considerou que as postagens violavam as regras de uso da rede ao potencialmente colocar as pessoas em maior risco de transmitir o vírus.
Em nota emitida na semana anterior, o portal Drauzio Varella, informou que também decidiu retirar o material do site e das redes sociais, substituindo por informação atualizada, já que as autoridades usaram o conteúdo sem informar que se tratava de vídeo antigo, cujas recomendações não valem mais.
No mesmo comunicado, a equipe do médico explica que, no início do ano, a pandemia não havia chegado ao Brasil, e que por isso produziram conteúdo “para acalmar a população que, à época, não tinha motivos para alterar o ritmo de vida diário (o vídeo antigo que circula data de 30/01, quando a Itália tinha somente dois casos confirmados)”, justificou.
Nas redes sociais, a equipe do Dr. Dráuzio ainda publicou que considera de extrema irresponsabilidade e desserviço o uso de informações antigas usadas para confundir a população. “Não é hora de fazer uso político dessa situação. É momento de unirmos esforços para evitar o caos no sistema de saúde e a morte de brasileiros”, escreveram.
No lugar das publicações do ministro e do senador apagadas pela plataforma, aparece a seguinte mensagem: “Este Tweet não está mais disponível porque violou as Regras do Twitter”.