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X usa serviço para 'driblar' ordem de bloqueio no Brasil, dizem especialistas

Mudança cria "escudo" no tráfego e esconde IP da rede social

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2024 às 17:20

Antigo Twitter
Antigo Twitter Crédito: Shutterstock

A 'volta' do X no Brasil aconteceu por conta de uma mudança no registro de servidores da rede social, nesta quarta-feira (18), descumprindo ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A afirmação é de provedores de internet, que são os responsáveis na prática pelo bloqueio. A mudança dificulta restringir o acesso ao site, dizem eles. A informação é de O Globo. 

A rede social está bloqueada no Brasil desde o dia 30 de agosto, após uma série de descumprimento de ordens judiciais. Desde a manhã desta quarta, contudo, usuários relataram que estavam conseguindo acessar o X, mesmo sem qualquer alteração legal na situação. 

Segundo a Associação Brasileira dos Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), o X agora trocou seu IP para de outra empresa e está usando um sistema que serve como "escudo" para proteger os servidores. A Cloudfare, que oferece serviços para grandes empresas do país, incluindo bancos, foi contratada para prestar esse serviço para o X. O que serviço faz é distribuir o tráfego da rede por novas rotas, dificultando o bloqueio. 

"O X passou a funcionar com um novo software, que não está mais usando os IPs da rede social, mas da Cloudflare. Não é uma coisa simples de bloquear. Eles fizeram uma modificação para tornar o bloqueio muito mais difícil", disse a O Globo Basílio Rodríguez Perez. Para ele, os provedores "não têm o que fazer". Bloquear a Cloudflare colocaria em risco o acesso a centenas de serviços legítimos, acrescenta, já que até bancos usam os recursos da empresa no país. 

O bloqueio do X, antigo Twitter, depende da ação de cada provedor de internet, que fica responsável por bloquear o acesso ao IP da rede social. A ação da rede social dificulta isso. Com a mudança na rota de registro do X, e o IP diferente sendo usado, os provedores estão em contato com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para entender como proceder. 

A Cloudflare utiliza um mecanismo chamado de proxy reverso que ajuda os sites e apps a se protegerem de ataques cibernéticos, e é isso que o X está usando. O serviço faz com que exista um intermediário entre o site  e o usuário, mascarando o IP real do servidor e usando apenas o IP do proxy. Isso é usado como proteção e também para melhorar velocidade, segundo os especialistas - e, no caso do X, aparentemente está sendo usado para driblar a ordem judicial.