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Vizinho e amigo de infância: assassino da menina Ingrid Vitória era pessoa de confiança da família

"Meu próprio amigo... Estou sem chão", lamenta pai da garota

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 31 de março de 2025 às 10:49

Ingrid Vitória Silva
Ingrid Vitória Silva Crédito: Reprodução

homem responsável pelo sequestro e morte de Ingrid Vitória, 13 anos, era justamente alguém em quem a família depositava total confiança. Jocelmo Caldas da Silva, 36 anos – morto em confronto com a polícia no sábado (29) – era vizinho e colega de trabalho do pai da adolescente, Cícero Cipriano da Silva. Os dois se conheciam desde a infância no distrito de Itamotinga, em Juazeiro, na Bahia, e trabalhavam juntos havia oito anos. 

"Meu próprio amigo, o que foi que ele fez comigo? Hoje estou velando a minha filha, triste, sofrendo. Era coisa que a gente não esperava", desabafou Cícero em conversa com o G1, durante o velório da filha em Caraíba, zona rural de Santa Maria da Boa Vista (PE).

"Eu não entendo o que foi que aconteceu, não entendo porque ele fez isso não", lamentou o pai, descrevendo a filha como uma menina "bem legal", que tinha muitos amigos na escola e raramente saía sem a mãe.

Crime

Ingrid foi sequestrada na última terça (25) quando voltava para casa com a mãe e o irmão de 4 anos, após pegar carona com Jocelmo voltando da cidade baiana de Curaçá, onde tinha ido visitar o pai. Em determinado momento, o homem agrediu e amarrou a mãe da adolescente e levou a menina no porta-malas do carro.

O pai participou pessoalmente das buscas na caatinga. "Estávamos na mata procurando, na chance de tentar achar ela viva. O elemento nem tanto, nós queríamos era ela, né? Mas não conseguimos completar essa etapa", disse Cícero, emocionado.

O corpo de Ingrid foi encontrado cinco dias depois, a 7 km do local das buscas, em uma região de mata fechada. A perícia identificou ferimentos na cabeça, e uma pedra foi achada no local – há suspeita de que ela tenha sido morta a golpes.

Jocelmo foi localizado às margens do Rio São Francisco. Armado, ele reagiu à abordagem policial, foi baleado e morreu a caminho do hospital. A polícia suspeita que o crime foi planejado, mas a motivação ainda é desconhecida.

A Polícia Civil investiga se havia mais envolvidos no crime. Os corpos de Ingrid e do assassino foram encaminhados ao IML de Petrolina (PE).