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Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2022 às 16:31
- Atualizado há 2 anos
As imagens da câmera de segurança do quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, registraram três homens espancando o congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos. Ele foi morto na noite do dia 24 de janeiro, depois de ir até o quiosque cobrar R$ 200 de duas diárias de trabalho que estavam atrasadas. >
As imagens foram divulgadas pelos jornais O Globo e Extra nesta terça-feira (1º). >
As cenas mostram a vítima recebendo chutes, socos e pauladas. Depois, quando Moïse já está desmaiado no chão, o trio tenta ajudar a vítima, com ajuda de outras pessoas. O vídeo já foi recolhido pela Polícia Civil do Rio, que investiga o crime.>
A agressão começa às 22h25. Um dos homens aparece com um pedaço de pau na mão. Para se defender, Moïse usa uma cadeira. Pouco depois, outros dois agressores chegam para atacar o congolês. Ele é jogado perto de uma escada e a pancadaria começa. >
Em determinado momento, Moïse tem as mãos e os pés amarrados com um fio. Quando ele já foi violentamente agredido e está acordado, uma mulher se junta ao grupo para tentar reanimar o rapaz, sem sucesso. O corpo de Moïse foi encontrado por policiais militares na escada, ainda amarrado.>
A família diz que o rapaz costumava prestar serviço ao quiosque, recebendo pagamento em diária. No dia do crime, uma testemunha contou que ele ficou bebendo com amigos próximo ao quiosque e perto do horário de fechar foi até lá com intenção de cobrar a dívida. >
A mulher, que prefere não se identificar, disse ao jornal que o congolês abordou agressivamente o funcionário, que estaria no primeiro dia de trabalho. Ele teria ameaçado o funcionário com um furador de coco, exigindo pagamento das diárias. O homem, que também se exaltou, dizia não ser dono do local e não poder resolver a situação. >
Ela diz que os outros homens chegaram então, já agredindo Moïse. A testemunha diz que eles trabalham na região, usando o cardápio para atrair clientes na praia, de maneira similar à que o congolês atuava quando prestava serviço. Com a confusão formada, ela preferiu se afastar. >
A família do congolês diz que ele foi agredido por cinco homens. Um primo dele afirmou que ele não iniciou nenhuma hostilidade e usou a cadeira para se defender. >
Moïse morava no Brasil desde 2011, quando veio com a família fugindo de conflitos na República Democrática do Congo. >