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Vape muda a composição da saliva e aumenta risco de doenças bucais, aponta pesquisa

Pesquisa revelou ainda que muitos jovens que usam vapes também consomem grandes quantidades de álcool, o que potencializa os riscos

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 4 de fevereiro de 2025 às 08:26

Vape
Vape Crédito: Shutterstock

O uso de cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes, tem crescido entre jovens adultos brasileiros, com estimativas indicando que ao menos 20% já experimentaram esses dispositivos. Os riscos para a saúde ainda estão sendo descobertos: uma nova pesquisa revelou que o vape gera alterações na composição da saliva dos usuários, que aumentam o risco de doenças bucais, como cáries e doenças periodontais.

Originalmente desenvolvidos como uma alternativa para parar de fumar, os vapes têm mostrado, no entanto, o efeito contrário, aumentando a dependência de nicotina e trazendo sérios riscos à saúde. Além de lesões pulmonares agudas e doenças respiratórias semelhantes às causadas pelo cigarro convencional, como asma e enfisema pulmonar, eles também podem alterar os vasos sanguíneos, elevando o risco cardiovascular.

A pesquisa que trata das alterações na saliva foi feita pelo Instituto de Ciência e Tecnologia da Unesp, em parceria com a USP e a Universidade de Santiago de Compostela. Participaram 50 jovens com idades médias de 26 a 27 anos, sendo 25 usuários regulares de cigarros eletrônicos e 25 não usuários, que serviram como grupo controle. O estudo analisou amostras de saliva para medir parâmetros como viscosidade, pH e concentrações de cotinina, um biomarcador importante da exposição à nicotina.

Os resultados mostraram uma alta concentração de cotinina na saliva dos usuários de vapes, indicando níveis elevados de dependência. Além disso, foram identificados 101 metabólitos na saliva, sendo 61 exclusivos dos usuários de cigarros eletrônicos. Quatro biomarcadores se destacaram como indicativos de alterações de saúde relacionadas ao uso do dispositivo, que podem estar ligados a processos inflamatórios e ao metabolismo de substâncias tóxicas.

O estudo também apontou uma diminuição no fluxo salivar dos usuários de vapes, o que pode levar ao ressecamento das mucosas bucais e ao aumento de doenças orais. Outros dados importantes incluem níveis elevados de monóxido de carbono exalado e redução da saturação de oxigênio no sangue, o que aumenta os riscos de problemas cardiovasculares.

A pesquisa ainda revelou outro dado alarmante, apontando que muitos jovens que usam vapes também consomem grandes quantidades de álcool, o que potencializa os riscos de doenças bucais e câncer oral.

O estudo reafirma a crescente preocupação com os impactos à saúde pública gerados pelos cigarros eletrônicos, especialmente entre os jovens. "Os cigarros eletrônicos não são inofensivos como a indústria quer fazer parecer", alerta a coordenadora da pesquisa, Janete Dias Almeida. Ela ressalta que a popularidade desses dispositivos, impulsionada por sua aparência atraente e sabores agradáveis, está acelerando o desenvolvimento de dependência e elevando os riscos de doenças graves, como infartos e AVCs, em pessoas cada vez mais jovens.

O artigo completo está disponível no link https://www.mdpi.com/1422-0067/25/21/11750