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Túmulo de Eunice Paiva vira ponto turístico após sucesso internacional de Ainda Estou Aqui

A história dela ficou ainda mais célebre após a atriz Fernanda Torres tê-la interpretado no filme Ainda Estou Aqui

  • Foto do(a) author(a) Wladmir Pinheiro
  • Foto do(a) author(a) Agência Brasil
  • Wladmir Pinheiro

  • Agência Brasil

Publicado em 8 de fevereiro de 2025 às 10:51

O túmulo da advogada Eunice Paiva, mãe do escritor Marcelo Rubens Paiva, virou ponto turístico no Cemitério do Araçá, na capital paulista. A lápide diz: “Exemplo para a família e para a democracia brasileira”. Maria Lucrécia Eunice Facciolla Paiva, que morreu em 2018, virou símbolo da luta contra a ditadura brasileira e pelos direitos humanos.

Túmulo de Eunice Paiva vira ponto turístico após sucesso internacional de Ainda Estou Aqui Crédito: Reprodução

A história dela ficou ainda mais célebre após a atriz Fernanda Torres tê-la interpretado no filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles. Indicado aos prêmios de melhor filme, melhor filme estrangeiro e melhor atriz no Oscar deste ano, o longa é uma adaptação do livro de mesmo nome escrito por Marcelo Rubens Paiva. Neste livro, o

No livro, o autor narra a história real de sua família, centrada na luta da mãe logo após o desaparecimento do pai, o deputado Rubens Paiva, levado por policiais em 1971, durante a ditadura militar brasileira. O corpo de Rubens Paiva jamais foi encontrado.

O sucesso da produção gerou ainda mais curiosidade sobre a vida da advogada e sobre onde ela foi enterrada, principalmente após a atriz Fernanda Torres, vencedora do Globo de Ouro pela interpretação de Eunice no cinema, ter feito uma visita ao cemitério.

“Há um ano, se encerravam as filmagens de Ainda Estou Aqui e fui sozinha agradecer a essa grande brasileira, pela honra de tê-la encarnado no cinema. Obrigada, Eunice", escreveu a atriz em novembro do ano passado, postando uma foto ao lado da lápide em seu perfil no Instagram.

Desde então, as visitas guiadas ao Cemitério do Araçá - que passaram a incluir uma visita ao túmulo de Eunice Paiva – tem passado a reunir centenas de visitantes. O passeio é organizado pelo projeto de necroturismo O Que Te Assombra?,  que já promovia rotineiramente visitas gratuitas a cemitérios e túmulos de personalidades históricas no estado de São Paulo. A próxima visita guiada, por exemplo, está planejada para a manhã do dia 16 de fevereiro.

“O Que Te Assombra? é um projeto que eu idealizei e que nasceu para contar a história de assombração. Ele é muito inspirado no livro Assombrações do Recife Velho, de Gilberto Freire, que faz um paralelo interessante entre o desenvolvimento sócio-urbano da cidade do Recife e as histórias da assombração”, contou o pesquisador e advogado Thiago de Souza.

A inclusão do túmulo de Eunice Paiva nas visitas guiadas que já eram realizadas naquela necrópole aconteceu no final do ano passado, logo após a postagem de Fernanda Torres, quando o pesquisador finalmente descobriu que ela estava enterrada no Araçá. E a

A decisão por incluí-la nessa visita foi motivada porque sua história representa não somente a luta pela democracia, mas também reflete sobre a importância das memórias e do luto.

Cemitério do Araçá

Inaugurado em 1897, o Cemitério do Araçá foi criado devido à superlotação do Cemitério da Consolação e pelo crescimento da imigração italiana em São Paulo. O nome Araçá deriva da antiga Estrada do Araçá, que era cercada por uma planta de mesmo nome. Atualmente, essa estrada se tornou a Avenida Doutor Arnaldo.

Além de abrigar o túmulo de Eunice Paiva, o Cemitério do Araçá guarda outras personalidades importantes da história do Brasil, como as atrizes Cacilda Becker e Nair Bello e o empresário Assis Chateaubriand. É também onde fica o mausoléu da Polícia Militar e um ossário onde antigamente foram organizados os restos mortais de pessoas assassinadas pela ditadura militar e que haviam sido enterradas na vala clandestina de Perus. O local também se destaca por obras de arte, assinadas por artistas como Victor Brecheret.

Para participar da visita guiada ao Cemitério do Araçá não é preciso pagar nada. Os organizadores só pedem a contribuição de um quilo de alimento que depois é encaminhado para um projeto de distribuição de marmitas para moradores em situação de rua. As inscrições podem ser feitas por meio do perfil O que te assombra? (@oqueteassombra) no Instagram.