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'Tudo preto': Quadro de pacientes que ficaram cegos após mutirão de catarata pode ser irreversível

Doze idosos perderam ou ficaram com a visão parcialmente comprometida em Taquaritinga, SP, em outubro de 2024

  • Foto do(a) author(a) Elis Freire
  • Elis Freire

Publicado em 8 de fevereiro de 2025 às 15:23

Olho com catarata
Olho com catarata Crédito: Reprodução

Médicos informaram que pacientes que perderam a visão após um mutirão de catarata no Ambulatório Especialidades Médicas (AME) de Taquaritinga (SP) podem ficar cegos para sempre. Os procedimentos realizados em outubro de 2024 deixaram 12 pessoas cegas ou com a visão parcialmente comprometida, mas até agora as causas não foram esclarecidas. As informações são do g1.

O pintor Carlos Augusto Rinaldi, de 66 anos, contou ao portal, após três meses de espera, parte dos pacientes foi encaminhada para um hospital em Araraquara (SP) e outra parte para o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Nos dois locais, especialistas confirmaram para alguns deles que não há possibilidade de reversão das sequelas.

"Já vai dar quatro meses. Então, tanto [no hospital em] Ribeirão, que tem outros casos [em acompanhamento], foi constatado que era irreversível e em Araraquara também. Inclusive, vou ter uma consulta na segunda-feira e vou ver a avaliação. Estão tentando tirar a córnea porque a retina não tem mais jeito, para ficar uma qualidade de vida melhor em um olho, tirar esse branco. Agora estamos esperando apoio", contou Carlos ao g1.

Já a salgadeira Maria de Fátima Garcia Chiari, que mora em Matão (SP), disse que já saiu da cirurgia com dor, recebeu analgésico, mas começou a passar mal logo quando chegou em casa. Quando retornou ao AME no pós-operatório, ela foi informada pela médica de que em 15 dias estaria curada, mas não foi o que aconteceu. Maria continua sem enxergar.

"Com o passar dos dias, eu comecei a ver uns vultos e ficou nisso. Até o dia que eu perdi a visão total. Do dia 21 de outubro [data da cirurgia] e no dia 31 de dezembro, eu comecei a perder a visão. No dia 1, ficou tudo cinza e, quando foi no dia 2, estava tudo preto", explicou.

Ela também foi atendida por uma retinóloga que informou que não havia mais o que ser feito para o caso dela. Maria de Fátima quase perdeu o globo ocular, mas foi salva por um transplante de córnea que realizou em Araraquara. "Córnea já estava derretida igual a um papel molhado", relatou a salgadeira.

Tanto Carlos quanto Maria reclamam da falta de apoio e acompanhamento do AME, onde participaram do mutirão de catarata no final do ano passado.

Entenda o caso

Um mutirão para realizar cirurgia de catarata deixou 12 pacientes cegos ou parcialmente cegos na cidade de Taquaritinga, no interior de São Paulo. Os procedimentos foram feitos no Ambulatório de Especialidades Médicas (AME) em outubro do ano passado.

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) lamentou o ocorrido. “Todos os profissionais que atuaram nos atendimentos foram afastados e os pacientes estão recebendo suporte em unidades de referência por equipe especializada, incluindo tratamento e medicamentos necessários”, disse a SES-SP em nota.